Via Dutra: curvas da Serra das Araras estão com os dias contados


A modernização da Serra das Araras é considerada uma das mais complexas da América LatinaFoto: Divulgação/ Motiva-CCR

As curvas sinuosas da Serra das Araras, na Via Dutra (BR-116), entre Piraí e Paracambi, no Rio de Janeiro, estão com os dias contados. A obra de duplicação do trecho chegou à metade e deve ser concluída até 2027, dois anos antes do prazo contratual. Executado pela CCR RioSP, empresa do grupo Motiva, o projeto tem o investimento total de R$ 1,5 bilhão.

O novo traçado, entre os quilômetros 225 e 233 da Dutra, substituirá o trecho atual, inaugurado em 1928, e contará com quatro faixas por sentido e acostamento.

O projeto inclui ainda 24 viadutos, duas rampas de escape, três passarelas, 93 contenções e oito pontos de ônibus. Com a reconfiguração, o tempo de percurso será reduzido em até 50% na descida (sentido Rio de Janeiro) e 25% na subida (sentido São Paulo), além de dobrar a velocidade máxima permitida, de 40 km/h para 80 km/h.

A expectativa é que oito dos novos viadutos sejam entregues no primeiro trimestre de 2026. Segundo a CCR RioSP, cerca de 450 vigas são produzidas no canteiro de obras em Seropédica, das quais 210 já foram fabricadas e 102 instaladas. As estruturas têm mais de 40 metros e precisam de transporte especial.

“Estamos corrigindo o traçado original, criando uma condição mais segura e fluida para motoristas e caminhoneiros. É uma obra emblemática para o país”, afirmou Virgilius Morais, gerente de Engenharia e Obras da concessionária, ao jornal O Globo.

As obras começaram em abril de 2024 e devem durar 52 meses. Mais de 2,5 mil operários trabalham em dois turnos – foram gerados mais de 5 mil empregos nos municípios de Piraí e Paracambi. Quando concluída, a nova pista de subida substituirá a atual, enquanto a pista de descida existente será usada por moradores locais e poderá servir como via de contingência.

Atualmente, cerca de 390 mil veículos passam todos os meses pela Serra das Araras, e 36% deles são veículos de carga. O trecho é responsável pelo escoamento de mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, ao ligar as duas maiores economias do país.



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