
Camisaria Colombo
Fundada em 1917, no centro da capital paulista, a Camisaria Colombo construiu uma imagem reconhecida no varejo de moda masculina, principalmente em São Paulo. Mas ao longo da sua história, parte dos acontecimentos se deram em Cuiabá. A explicação para isso está no local de nascimento do principal sócio, Alvaro Jabur Maluf Junior, preso por suspeita de fraude nesta quinta-feira (21).
A partir dos anos 1980, a Colombo passou por forte crescimento, abrindo lojas em shoppings e grandes centros comerciais pelo país. Além das tradicionais camisas sociais, o portfólio foi ampliado para incluir polos, jeans, blazers, jaquetas e acessórios.
Recuperação judicial
A Camisaria Colombo teve, em 2020, uma tentativa frustrada em sua reestruturação financeira.
Após o fracasso da recuperação extrajudicial na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo, a empresa alterou a sede administrativa para Cuiabá e fez um novo pedido de recuperação judicial. A alegação é que a “sede administrativa” era na capital mato-grossense, por ser o local de nascimento de Alvaro.
A Justiça, porem, determinou que o processo seguisse em São Paulo.
O iG teve acesso à decisão da juíza Anglizey Solivan de Oliveira, da Vara Especializada em Falência e Recuperação Judicial de Cuiabá, que concluiu que a alteração não foi suficiente para caracterizar o estabelecimento no estado.
Segundo a magistrada, o local de competência é definido pelo maior volume de negócios, e não apenas pela instalação de um escritório administrativo.
Os dados apresentados no processo mostram que 38,35% do faturamento da Colombo seria originado no estado de São Paulo, o que demonstra a relevância do mercado paulista para as operações da empresa.
De acordo com o Conjur, o grupo de vestuário, conhecido por popularizar roupas sociais masculinas tinha na época uma dívida que totalizava R$ 1,89 bilhão.
Operação policial
Na manhã da última quinta-feira (21), a Polícia Civil de São Paulo deflagrou uma operação, que investiga o esquema milionário de fraude bancária e ocultação de patrimônio supostamente articulado pelos donos da Colombo, Álvaro Jabur Maluf Júnior e Paulo Jabur Maluf.
Como parte da ação, os agentes cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Birigui, Avaré e Brasília, com mais de 20 integrantes da Delegacia de Crimes Cibernéticos.
De acordo com as investigações, o grupo teria se aproveitado de uma falha em uma plataforma de pagamentos para criar créditos falsos e distribuir os valores de forma pulverizada em diferentes contas, movimentando cerca de R$ 21 milhões.
Parte dos recursos foi centralizada em uma única empresa, segundo a Secretaria da Segurança Pública ( SSP).
Batizada de Operação Fractal, a ofensiva começou em dezembro do ano passado, após denúncia de uma instituição financeira, e revelou indícios de que o esquema tinha como finalidade ocultar patrimônio durante o processo de recuperação judicial da rede varejista, causando prejuízos a credores e ao sistema financeiro.
O Portal iG entrou em contato com a Camisaria Colombo para solicitar o posicionamento oficial da empresa sobre os ocorridos e aguarda retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
IG Último Segundo