Marina estudou na Unesp
A Unesp( Universidade Estadual Paulista) na área de jornalismo e a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) divulgaram, nesta sexta-feira (23), nota pública em apoio à jornalista Marina Semensato.
Ela teve seu nome e imagem utilizados indevidamente em vídeos com conteúdo falso compartilhados nas redes sociais. O caso ocorreu após a profissional assinar uma reportagem para o Portal iG.
De acordo com a manifestação oficial, publicada em canais institucionais, “Marina Semensato é jornalista egressa da Unesp e está sendo vítima de calúnia e difamação após ter redigido uma notícia. O curso de Jornalismo da Unesp repudia as violências sofridas pela repórter. Pedimos com apelo à comunidade discente para denunciar quaisquer conteúdos que promovam a imagem de Marina de maneira vexatória.”
Já a Abraji “solicita ao TikTok que retire do ar os conteúdos enganosos e atenda às denúncias apresentadas. A permanência e circulação do conteúdo falso representam riscos e danos para a profissional e é absurdo que tal situação ainda possa representar monetização para criadores de conteúdo que desejam se aproveitar da repercussão do caso”.
O conteúdo falso circula em plataformas como TikTok, Instagram e Facebook, e associa indevidamente a imagem da jornalista a um assassinato em massa no Haiti.
O Portal iG, empregador da jornalista, acionou o departamento jurídico e solicitou às plataformas digitais a remoção do material. Também foram repassadas orientações para que o conteúdo seja denunciado por usuários.
Fake news
A desinformação teve origem em perfis conhecidos por difundir temas sensacionalistas.
As contas publicam vídeos sobre crimes, tragédias e temas de alta repercussão, frequentemente sem verificação de fatos.
A prática de associar imagens reais a narrativas fictícias tem gerado consequências para pessoas citadas indevidamente, como no caso da jornalista.
Providências
Para o jornalista e especialista em comunicação Daniel César, episódios desse tipo afetam diretamente a integridade do exercício profissional.
Segundo ele, “quando um jornalista tem sua imagem falsamente associada a um crime, como no caso da Marina, não está em jogo apenas a honra pessoal, mas a credibilidade profissional construída com base na confiança do público.”
Ele defende uma resposta imediata e técnica. “É essencial que o profissional acione imediatamente sua empresa, a assessoria jurídica e as redes sociais, exigindo a remoção do conteúdo. Isso não é apenas uma defesa individual — é uma reação institucional contra o enfraquecimento da imprensa como pilar democrático.”
Daniel César também aponta que a atuação coordenada com entidades e sindicatos é fundamental.
“Cada caso como esse evidencia o quanto a desinformação também é uma forma de ataque à liberdade de imprensa. Por isso, a postura do jornalista precisa ser firme: denunciar, registrar ocorrência, comunicar o sindicato ou entidade de classe, e transformar o caso em exemplo de resistência profissional.”
IG Último Segundo