Uma bandeira turca gigante durante a manifestação em massa da oposição em Istambul em 29 de março de 2025
KEMAL ASLAN
O jornalista sueco Joakim Medin, detido em Istambul, é acusado de “terrorismo” e de “insultar o presidente turco”, Recep Tayyip Erdogan, anunciou o governo turco neste domingo (30).
“Procurado pelos crimes de ‘filiação a uma organização terrorista armada’ e ‘insultar o presidente’, o indivíduo foi detido ao chegar ao aeroporto de Istambul em 27 de março de 2025 e encarcerado em 28 de março”, declarou o centro de combate à desinformação do governo turco.
“A ordem de prisão não tem nada a ver com atividades jornalísticas”, disse a fonte, acrescentando que Medin participou de uma manifestação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em Estocolmo.
O PKK é considerado uma organização terrorista na Turquia e por seus aliados ocidentais.
Joakim Medin é acusado de ter participado de uma “manifestação organizada por apoiadores da organização terrorista PKK/KCK em Estocolmo em 11 de janeiro de 2023”, durante a qual um boneco com o rosto de Erdogan foi queimado.
“O Gabinete de Investigação de Crimes Terroristas da Procuradoria-Geral de Ancara abriu uma investigação sobre o incidente de 13 de janeiro de 2023 contra 15 suspeitos, incluindo Medin”, disse a fonte.
O repórter também é acusado de “facilitar contatos entre a organização terrorista PKK/KCK e a imprensa”.
Desde a prisão do prefeito de Istambul e líder da oposição turca, Ekrem Imamoglu, em 19 de março, um jornalista da BBC foi expulso e pelo menos dez jornalistas turcos foram detidos.
A prisão de Imamoglu desencadeou um amplo movimento de protesto na Turquia, onde centenas de milhares de pessoas se manifestaram no sábado exigindo sua libertação.
Segundo Andreas Gustavsson, editor-chefe do jornal sueco que emprega Medin, Dagens ETC, “essas acusações são absurdas”. “Exercer o jornalismo não deve ser um crime; fatos não são um insulto”, disse ele à AFP.
Por sua vez, a ministra das Relações Exteriores da Suécia, Maria Malmer Stenegard, declarou que sua libertação é uma “prioridade absoluta” para o governo.
IG Último Segundo