Membros do Cartel de Sinaloa, do México
O chefe de segurança do México confirmou na terça-feira (13) que 17 familiares de líderes do cartel mexicano cruzaram a fronteira para os EUA na última semana, como parte de um acordo entre um filho do ex-chefe do Cartel de Sinaloa e o governo Trump. As informações foram divulgadas pela Associated Press (AP).
Segundo a agência, o secretário de segurança Omar García Harfuch confirmou uma reportagem, do jornalista independente Luis Chaparro, de que familiares de Ovidio Guzmán López, extraditado para os Estados Unidos em 2023, entraram no país.
Familiares do Cartel Sinaloa
Ovidio Guzmán López, considerado um dos líderes do cartel
Guzmán Lopez é um dos irmãos que ficaram no comando de uma facção do Cartel de Sinaloa depois que o famoso líder Joaquín “El Chapo” Guzmán foi preso pelos EUA. A reportagem do jornalista mostrou imagens de supostos membros da família atravessando a fronteira de Tijuana (México) com suas malas até os agentes estadunidenses que os aguardavam.
García Harfuch confirmou a travessia dos familiares em uma entrevista de rádio e disse que estava claro para as autoridades mexicanas que eles estavam fazendo isso após negociações entre Guzmán López e o governo dos EUA.
Na semana anterior, houve rumores de que Ovidio Guzmán López iria se declarar culpado para evitar julgamento por várias acusações de tráfico de drogas nos EUA após ser extraditado em 2023.
García Harfuch disse que o advogado do ex-chefe do cartel começou a negocias com autoridades dos EUA em janeiro, e que estava acusando membros de outros grupos criminosos, provavelmente como parte de um acordo de colaboração.
“É evidente que a família dele [Ovidio Guzmán] está indo para os EUA por causa de uma negociação ou uma oferta que o Departamento de Justiça está fazendo a ele”, apontou o chefe de segurança.
Ações conflitantes
García Harfuch também disse que nenhum dos membros da família estava sendo perseguido pelas autoridades mexicanas e que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, “precisa compartilhar informações” com os promotores mexicanos, algo que ainda não fez.
A confirmação do caso veio no mesmo dia em que o Ministério Público dos EUA anunciou, pela primeira vez, acusações de “narcoterrorismo” contra líderes de cartéis, após o governo Trump ter classificado esses grupos como organizações terroristas.
Os promotores se recusaram a comentar o vídeo da família, diz a AP. Contudo, o procurador dos EUA, Adam Gordon, e outras autoridades enviaram um aviso aos membros do cartel, citando repetidamente o Cartel de Sinaloa pelo nome.
“Deixem-me ser direto, aos líderes do Cartel de Sinaloa: vocês não são mais os caçadores, vocês são os caçados. Vocês serão traídos pelos seus amigos, perseguidos pelos seus inimigos e, por fim, encontrarão a si mesmos e seu rosto aqui em um tribunal no Distrito Sul da Califórnia”, disse Gordon.
IG Último Segundo