
Trump se encontrou com Zelensky
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um novo posicionamento em relação à guerra na Ucrânia durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na terça-feira (23). Essa foi apenas mais uma mudança de tom do líder norte-americano.
Após encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ele declarou em sua rede social Truth Social que a Ucrânia pode recuperar todo o território perdido para a Rússia desde 2022 e “ir além”, mencionando a possibilidade de retomada da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.
Trump afirmou que a Ucrânia tem condições de “recuperar seu país em sua forma original e, quem sabe, ir ainda mais longe que isso”.
Entenda: Trump diz que combinou encontro com Lula na próxima semana
A mudança ocorre depois de Zelensky apresentar avanços no campo de batalha, o que levou o líder ucraniano a classificar a declaração como um “grande avanço”.
Zelensky também relatou que Trump se mostrou disposto a oferecer garantias de segurança à Ucrânia no período pós-guerra. Paralelamente, as primeiras-damas dos dois países discutiram o resgate de crianças ucranianas levadas pela Rússia.
Trump e sua mudança sobre o Brasil

Donald Trump discursa na ONU
No mesmo dia, Trump falou sobre o Brasil durante seu discurso na ONU. Ele relatou um encontro breve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos corredores da Assembleia, descrevendo o episódio como um abraço de cerca de 30 segundos.
O presidente norte-americano disse ter tido uma “química excelente” com Lula, a quem chamou de “um cara legal”.
Também anunciou que ambos devem se reunir na próxima semana para tratar das tarifas de 50% aplicadas pelos EUA às exportações brasileiras, impostas em retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro.
Apesar dos elogios pessoais, Trump afirmou que o Brasil “está indo mal” economicamente e citou “censura e perseguição” como críticas gerais ao país. Ele mencionou ainda que as tarifas foram consequência desse contexto, mas evitou ataques diretos a Lula.
O tom contrasta com declarações anteriores, quando classificou o governo brasileiro como “radical de esquerda” e defendeu medidas punitivas, incluindo restrições a vistos para a delegação brasileira.
O discurso de Lula na abertura da Assembleia reforçou o distanciamento entre os dois líderes. O presidente brasileiro defendeu a soberania nacional, criticou agressões ao Judiciário, condenou o conflito em Gaza e alertou contra “falsos patriotas” que ameaçam a democracia, em referência indireta ao bolsonarismo e à pressão externa.
Trump critica a Rússia

Putin e Trump se cumprimentaram em encontro no Alasca em agosto
Em sua posição mais recente, Trump também elevou o tom contra a Rússia. Após a reunião com Zelensky, ele escreveu que Moscou é um “tigre de papel” e que Vladimir Putin “está em problemas”, indicando que o país não teria a força militar que aparentava.
Durante seu discurso na ONU, sem citar nomes, fez referências ao “expansionismo de certas nações” e ao “desrespeito à soberania”, declarações interpretadas como recados a Putin.
O contraste com posições anteriores é grande. Até agosto, Trump pressionava Kiev por um cessar-fogo que incluía concessões territoriais, postura que gerava críticas na Ucrânia.
Ao longo de sua trajetória política, ele elogiou Putin em diferentes ocasiões e defendia negociações com cessões como solução para o conflito. A sinalização em Nova York aponta uma mudança em relação a essa linha adotada em encontros anteriores.
IG Último Segundo