
Trump declarou que a China construiu um monopólio mundial
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (25) que poderá impor uma tarifa de 200% ou mais contra a China caso o país não forneça ímãs ao mercado americano.
A declaração foi feita em meio à intensificação da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, que tem como foco materiais estratégicos, como terras raras e ímãs.
A tensão aumentou após a China incluir ímãs e vários itens de terras raras em sua lista de restrições de exportação em abril deste ano. A medida foi uma resposta às tarifas impostas anteriormente por Washington, que chegaram a 145% sobre produtos chineses.
Trump já havia anunciado tarifas adicionais, como 20% sobre algumas importações e 34% em abril deste ano, elevando o nível do confronto.
A dependência dos Estados Unidos em relação aos ímãs chineses é apontada como ponto central do embate. Esses insumos são usados em setores de tecnologia, defesa e manufatura, incluindo semicondutores e motores elétricos.
Trump declarou que a China construiu um monopólio mundial no setor e reconheceu que os EUA precisariam de cerca de um ano para desenvolver produção própria em escala.
A possível tarifa de 200% traz impacto direto às cadeias industriais americanas. O encarecimento de insumos pode pressionar preços ao consumidor e gerar efeitos inflacionários, embora o governo minimize esse risco.
Do lado chinês, exportadores afetados podem buscar novos mercados ou deslocar parte da produção para países como Vietnã e México, numa tentativa de contornar barreiras tarifárias.
A disputa também repercute no mercado global, já que ímãs e terras raras são insumos essenciais em diversas economias.
A incerteza sobre o fornecimento pode provocar instabilidade nas cadeias de suprimento internacionais e intensificar a competição entre países por acesso a esses materiais.
Tarifas de Trump

Trump anunciou as medidas diretamente do Salão Oval, na Casa Branca
Durante reunião com o presidente sul-coreano Lee Jae Myung, Trump relatou ter recebido convite do presidente chinês Xi Jinping para visitar Pequim, sugerindo que as negociações não estão encerradas.
Ele também indicou que estudantes chineses continuarão a ser admitidos em universidades americanas, em meio a discussões sobre possíveis contrapartidas comerciais.
Em junho, Trump havia anunciado um esboço de acordo em que os EUA receberiam ímãs e terras raras em troca da manutenção do acesso de estudantes chineses às universidades do país.
O modelo previa tarifas de 55% pelos Estados Unidos contra 10% pela China, mas a proposta dependia da aprovação de Xi Jinping e não avançou até agora.
O histórico da disputa mostra que a China já respondeu a tarifas americanas com medidas próprias, como a aplicação de 125% sobre determinados bens dos EUA.
Além da relação com Pequim, Trump vem aplicando tarifas a outros parceiros comerciais, como Índia (50%) e México (100%), dentro de sua política de “América Primeiro”, que também prevê investigações sobre importações e incentivos para retorno da manufatura a estados como Carolina do Norte e Michigan.
IG Último Segundo