As três pessoas — uma mulher de 78 anos e um casal, de 23 e 24 anos — permanecem internadas em estado grave
A Polícia Civil de Minas Gerais investiga um possível caso de envenenamento ocorrido em Belo Horizonte após três pessoas apresentarem sintomas graves de intoxicação alimentar. As vítimas consumiram alimentos adquiridos em uma padaria localizada no bairro Serrano, na região noroeste da capital.
As três pessoas — uma mulher de 78 anos e um casal, de 23 e 24 anos — permanecem internadas em estado grave, com suporte ventilatório.
Segundo informações da Agência Brasil, a ocorrência teve início após o consumo de uma torta de frango, comprada no sábado anterior (12), e ingerida na segunda-feira (14).
A idosa, residente em Belo Horizonte, recebeu a visita do casal, que mora em Sete Lagoas, na região metropolitana. Os três teriam se alimentado juntos no início da tarde, e os sintomas começaram a se manifestar poucas horas depois.
A mulher mais velha foi levada para atendimento médico na manhã do dia seguinte. O casal retornou a Sete Lagoas e também buscou socorro hospitalar após apresentar sinais semelhantes, entre eles vômito, diarreia e perda de consciência. Os três pacientes estão internados em hospitais distintos e foram intubados.
Familiares informaram às autoridades que os alimentos tinham odor e sabor considerados fora do comum. A idosa chegou a retornar à padaria para reclamar e conseguiu reembolso.
De acordo com os funcionários ouvidos pela polícia, a torta devolvida apresentava características anormais, incluindo alteração de cor e cheiro.
Dono da padaria prestou depoimento
Torta de frango pode ter sido envenenada
O dono do estabelecimento foi conduzido à delegacia, onde prestou depoimento. Ele afirmou que a produção da torta foi feita por um padeiro contratado exclusivamente para o fim de semana.
O funcionário temporário não teve seus dados registrados e foi pago em espécie. Sua identidade permanece desconhecida até o momento, o que dificulta o rastreamento e eventual responsabilização.
Os produtos são preparados aos sábados, segundo o relato de empregados, e armazenados em freezer para posterior venda durante a semana. Há relatos de que o grupo também consumiu empadas, o que amplia o escopo da apuração.
A divergência entre os relatos das vítimas e as informações fornecidas pelos funcionários sobre os itens consumidos está sendo considerada pela equipe responsável pela investigação.
Fiscalização
A Vigilância Sanitária de Belo Horizonte realizou uma vistoria na padaria no dia 15. Foram coletadas amostras de ingredientes, produtos prontos e itens armazenados no local.
Os materiais foram enviados para análise laboratorial, que deve verificar a presença de agentes contaminantes ou substâncias tóxicas.
Além dos testes laboratoriais nos alimentos, os hospitais encaminharam os exames clínicos das vítimas às autoridades policiais. Os laudos devem contribuir para a identificação da substância causadora dos sintomas relatados.
Investigação
Polícia Civil
A investigação considera duas hipóteses principais: envenenamento intencional ou falha grave no manuseio e conservação dos alimentos.
A ausência de dados do padeiro contratado dificulta o andamento da apuração. A equipe responsável busca identificar o fornecedor por meio de imagens de câmeras de segurança e registros indiretos.
A Secretaria Municipal de Saúde aguarda os laudos técnicos para decidir sobre medidas administrativas contra o estabelecimento. A padaria permanece aberta, mas pode ser alvo de interdição caso seja comprovado o descumprimento de normas sanitárias.
O Portal iG tentou contato com a Polícia Civil, a Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais e a Polícia Militar, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.
IG Último Segundo