Três jovens torturadas e assassinadas em live chocam a Argentina


Crime brutal casou revolta na Argentina
Reprodução/BBC

Crime brutal casou revolta na Argentina

A descoberta de um crime em que três jovens foram torturadas e assassinadas na Argentina chocou o país. Os corpos foram encontrados nesta quarta-feira (24), após cinco dias do desaparecimento do trio em La Matanza, na província de Buenos Aires.

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Brenda Castillo, 20 anos, Morena Verri, também de 20, e a adolescente Lara Gutiérrez, de 15 anos, foram encontradas mortas e enterradas esquartejadas em uma casa associada a uma  organização criminosa do narcotráfico, segundo o jornal La Nación.

O caso, sob segredo de justiça, já soma 12 pessoas presas. Segundo a principal hipótese, trata-se de um “acerto de contas” ordenado por um traficante peruano foragido.

O crime brutal teria sido exibido em transmissão online privada pelo Instagram para cerca de 45 cúmplices, com a frase: “Isso acontece com quem me rouba drogas”. O caso chocou o país e mobilizou manifestações na capital argentina.

Entenda o caso

Trio foi visto pela última vez entrando em um carro branco
Reprodução/via La Nación

Trio foi visto pela última vez entrando em um carro branco

As três jovens trabalhavam como prostitutas na região de La Tablada e foram vistas pela última vez entrando em uma picape branca, às 21h29 do dia 19 de setembro. Uma câmera de segurança registrou o momento.

Segundo as investigações obtidas pelo La Nación, os três celulares das vítimas foram desligados simultaneamente, às 3h da manhã do dia 20. O último sinal de celular de Lara foi captado às 23h14 do dia 19 em Florencio Varela, a 37 km do local do desaparecimento.

Para os familiares da adolescente, a polícia demorou a agir: a queixa sobre o sumiço só foi aceita 24 horas depois, e o Alerta Sofia, destinado a casos de crianças desaparecidas, não foi acionado.

Corpos encontrados

Os restos mortais das três jovens foram localizados no dia 24 de setembro em uma casa próxima de onde foi captado o último sinal do celular da menina de 15 anos. Segundo o laudo, os corpos estavam desmembrados e enterrados, sendo dois deles dentro de sacos de lixo.

A perícia concluiu que as mortes ocorreram entre 90 e 96 horas antes do achado, ou seja, na madrugada de 20 de setembro, poucas horas após o desaparecimento. A análise indica que as três sofreram torturas intensas antes de serem mortas.

Investigação

O caso é tratado como homicídio triplo qualificado. Na casa onde estavam os corpos, os policiais prenderam em flagrante um homem e uma mulher encarregados de “limpar” o imóvel, onde havia manchas de sangue, cheiro de cloro e solo recém revirado. Os proprietários da residência, também detidos, seriam ligados ao narcotráfico.

A principal linha de investigação é de que o crime tenha sido motivado por vingança, após um roubo de drogas.

Recado do narcotráfico

Segundo o ministro da Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso, o crime foi uma execução ordenada por um traficante peruano que atua na região da capital argentina.

Em entrevista ao canal de notícias TN, o ministro disse que o motivo do crime foi disciplinar, para “construir uma imagem terrorista para o líder da organização”.

A tortura e assassinato do trio foram transmitidos ao vivo nas redes sociais para um pequeno grupo de cúmplices, de cerca de 45 pessoas, explica o ministro.

Alonso afirmou que havia planejamento prévio: no mesmo dia em que as jovens desapareceram, homens ligados à quadrilha cavaram o poço onde os corpos seriam enterrados.



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