
Ônibus escolar: violência se espalha
A onda de ataques a ônibus que vem sendo registrada em São Paulo desde o mês passado continua amedrontando motoristas e passageiros.
Dessa vez o alvo foi um micro-ônibus de transporte escolar, no município de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
O veículo teve uma janela da parte traseira estilhaçada por uma pedra, nesta sexta-feira (18)
De acordo com informações da Prefeitura de São Bernardo ao Portal iG, não havia crianças no interior do coletivo, que seria usado para transporte de professores da rede municipal de educação.
O veículo foi atingido por uma pedra nas proximidades da entrada do Centro de Formação dos Profissionais da Educação ( Cenforpe), por volta das 5h40.
Apenas o motorista estava no micro-ônibus e não houve feridos.
De acordo com nota da prefeitura ao Portal iG, ” as Secretarias de Segurança e de Transportes, Mobilidade e Infraestrutura atuam em conjunto com as forças estaduais para reforçar o patrulhamento na região, ampliar o monitoramento por câmeras e apoiar as investigações em andamento”.
“A Prefeitura repudia veementemente qualquer ato de violência ou vandalismo e reafirma seu compromisso com a segurança da população e com a integridade dos profissionais da rede municipal de educação” , finaliza a administração municipal, na nota.
Onda de vandalismo
De acordo com números da SPTrans e da Agência de Transporte do Estado de São Paulo(Artesp), até esta sexta-feira (18), 796 veículos já foram vandalizados com pedras ou bolas de gude desde o mês passado.
Foram 290 casos em ônibus do sistema de transporte intermunicipal, segundo a Artesp, e mais 506 veículos do sistema municipal de transporte da capital.
A Artesp reforça, por meio de nota enviada ao iG, que segue orientando as empresas e concessionárias quanto aos procedimentos necessários para o registro das ocorrências e trabalha em colaboração com as autoridades de segurança pública nas investigações.
“A Agência mantém o monitoramento da situação para evitar possíveis impactos na prestação de serviços à população” , afirma.
Já a SPTran s destaca a orientação para que as concessionárias comuniquem imediatamente todos os casos à Central de Operações e formalizem as ocorrências junto às autoridades policiais.
“Cabe ressaltar que a empresa é obrigada a encaminhar o veículo para manutenção, substituindo-o por outro da reserva técnica, que realizará a próxima viagem programada, garantindo a continuidade do serviço prestado aos passageiros. Caso isso não ocorra, a empresa é penalizada pela viagem não realizada” , informa, também por meio de nota ao iG.
Investigações
Oito prisões
A polícia continua as investigações para identificar e punir os resposáveis. Até o momento, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP), oito suspeitos foram presos.
Em nota ao iG, a SSP afirma que “as investigações seguem em sigilo pelo Deic, de forma que detalhes sobre o andamento das apurações serão preservados para não comprometer o trabalho policial” .
Informou ainda que, em paralelo, a Polícia Militar intensificou o policiamento em todo o estado por meio da “Operação Impacto – Proteção a Coletivos”.
Nos último dias, a principal linha de investigação da polícia é a disputa entre empresas que atuam no ramo do transporte urbano coletivo. Grupos rivais no sindicato teriam começado esses ataques para prejudicar empresas concorrentes.
Também já foram investigados pela polícia civil a possibilidade de envolvimento do crime organizado nos ataques e a participação de grupos de internet que estariam incentivando desafios nas redes sociais.
Mas essas duas linhas de investigação acabaram perdendo a força, diante das últimas ocorrências.
IG Último Segundo