Tarifaço e Brasil: para onde vamos?


Bola de Cristal
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Uma das atividades mais articuladas especialmente em política e economia, é a previsão. E não há outra que traga tantos enganos. A tentação de se antecipar o desconhecido, de projetar cenários e carimbar “vai acontecer” é forte.

Contudo, calma, queridos leitores, esse texto não será mais uma previsão, até porque, teria enormes chances de mostrar-se totalmente errado em sua tentativa de adivinhar o amanhã.

 A pergunta a assaltar nossas mentes e corações é: e o tarifaço, hein?! Pois é, está posto pelo presidente norte-americano Donald Trump a estratégia do tarifaço. Já ficou claro ser algo não adstrito ao campo econômico, mas sim algo mais amplo cujo mote é, portanto, muito mais afirmar uma condução de supremacia e poder dos EUA perante o mundo do que qualquer outra pretensão.

Diz o ditado popular que “quem pode mais, chora menos”. Daí decorre que economias mais fortes e sociedades mais estruturadas tendem a ter um, digamos, poder de fogo maior na mesa de negociações criada à fórceps pelos americanos. França, Canadá e Japão, portanto, encaminham negociações mais equilibradas e com perdas muito menores.

Países em desenvolvimento experimentam condições bem menos favoráveis. Porém, aí também não temos assim algo exato, matemático. A Argentina, por exemplo, com uma política sempre movimentada e uma economia que só agora respira por conta própria, conseguiu costurar junto aos EUA um acordo de isenção de tarifa para 100 (cem) artigos seus.

E o Brasil? Bom, na nossa vez tudo parece ter se complicado e ingredientes estranhos à caçarola da economia entram em jogo. Recentemente, Trump voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando ser um “perseguido político” e, de quebra, disse que o Brasil é “o pior parceiro comercial dos EUA”.

Mesmo tendo havido a exclusão de mais de 700 itens brasileiros da lista de produtos hiper tarifados (50%), a situação segue desafiadora e complicada, especialmente pela falta de horizontes na negociação, paralisada por completo neste momento.

Preservar a soberania nacional – afinal, o Judiciário brasileiro é que decide quanto ao que será feito à Jair Bolsonaro no campo jurídico – mas sem sofrer grandes danos na economia, no emprego, na renda e na estabilidade social, parece ser o grande e mais urgente desafio de Lula e sua equipe.



IG Último Segundo