Ronen Bar, diretor da agência de segurança interna de Israel, Shin Bet, em uma cerimônia no cemitério militar do Monte Herzl, em Jerusalém, no dia 13 de maio de 2024
Gil Cohen-Magen
A Suprema Corte de Israel decidiu, nesta terça-feira (8), dar ao governo e ao gabinete da procuradora-fiscal até 19 de abril para encontrar uma solução à controversa decisão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de demitir o diretor do Shin Bet (a agência de segurança interna do país), Ronen Bar.
“Deixamos até depois do Pessach [a Páscoa judaica, que termina em 19 de abril] para que encontrem uma solução criativa”, disse o presidente do tribunal, Yitzhak Amit, estabelecendo um prazo antes de intervir.
A audiência sobre a decisão de Netanyahu foi marcada por discussões no tribunal e protestos no exterior do edifício.
Netanyahu destituiu Bar em 21 de março alegando uma “falta de confiança” nele, mas a Suprema Corte suspendeu a decisão para examinar os recursos apresentados contra a demissão.
Durante a audiência, protestos foram organizados nas imediações e dentro do tribunal de Jerusalém, o que obrigou os juízes a suspender a sessão, que era transmitida ao vivo.
A audiência foi retomada quase uma hora depois, sem público.
Esta é a primeira vez na história de Israel que o diretor da agência de inteligência nacional é demitido.
A oposição afirma que Bar estava na mira de Netanyahu desde que criticou o governo pela falha de segurança que permitiu o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
O diretor rejeitou a decisão de Netanyahu e alega que o primeiro-ministro baseou sua demissão em acusações “sem fundamento” motivadas por “interesses pessoais”.
Também declarou que sua destituição tem como objetivo “impedir que o Shin Bet investigue os eventos que levaram ao dia 7 de outubro e outros assuntos sérios”.
A procuradora-geral Gali Baharav-Miara também disse que a demissão de Bar estava “marcada por um conflito pessoal de interesses por parte do primeiro-ministro devido a investigações criminais em seu entorno”.
Estas declarações referem-se a um caso conhecido na imprensa como “Catargate”, que envolvia pessoas próximas ao chefe de Governo por supostos pagamentos secretos do Catar.
IG Último Segundo