STF marca depoimentos de Bolsonaro, Braga Netto e outros réus


A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra neste ano
Nelson Jr./SCO/STF

A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra neste ano

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para a próxima segunda-feira (09), o depoimento do ex- presidente Jair Bolsonaro(PL), na ação que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado.

Moraes é relator do processo. A oitiva será realizada às 14h, na sala de julgamentos da Primeira Turma. 

Outros sete réus,integrantes do chamado Núcleo 1 ou Núcleo Crucial, serão ouvidos na mesma data. O primeiro a depor será o  tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator nas investigações. Em seguida, o ex-presidente e os demais vão depor em ordem alfabética.

Além de Bolsonaro e Cid, devem prestar depoimento na segunda-feira o general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, Walter Braga Netto; o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal, Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal, Anderson Torres; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o general do Exército e ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. 

Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Testemunhas 

A data foi marcada por Moraes após o ministro encerrar, nesta segunda-feira (02), a fase dos depoimentos de testemunhas de acusação e defesa. Entre 19 de maio e 2 de junho, foram realizadas 52 oitivas. 

Entre as testemunhas que prestaram depoimento em defesa dos réus, estão militares e políticos. Alguns dos que falaram a favor de Bolsonaro e Mauro Cid, por exemplo, foram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas; o deputado federal Eduardo Pazuello(PL); os senadores Rogério Marinho(PL), Ciro Nogueira(PP) e Hamilton Mourão(Republicanos); o general Freire Gomes e o brigadeiro Batista Júnior.

As testemunhas de defesa negaram ter conhecimento sobre a intenção de Bolsonaro em romper com a ordem institucional. O governador de São Paulo foi um dos que afirmou que o ex-presidente nunca falou sobre golpe de Estado e que, após a derrota nas urnas em 2022, o ex-chefe do Executivo estava “triste e resignado”. 

O estado de desânimo do ex-presidente também foi relatado pelo  ex-ministro da Casa Civil, hoje senador, Ciro Nogueira (PP). Segundo ele, o ex-presidente estava com “falta de interesse pela situação do país”. Sobre a tentativa de golpe, o senador também negou conhecimento. 

A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra neste ano. Em caso de condenação, as penas passam de 30 anos de prisão.



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