Sobe para 5 número de mortes por metanol em São Paulo


Ações de fiscalização tem sido feitas em todo o estado
Reprodução/Governo de SP

Ações de fiscalização tem sido feitas em todo o estado

O governo do estado de São Paulo divulgou, nesta quarta-feira (8), em balanço atualizado sobre a situação da crise do metanol no estado, que cinco mortes por intoxicação foram confirmadas.

As cinco vítimas são três homens de 54, 46 e 45 anos, residentes da capital,  uma mulher de 30 anos, de São Bernardo do Campo, e um homem de Osasco, na Grande São Paulo, de 23 anos.

Outros 6 óbitos estão em investigação.

O número de casos confirmados de intoxicação também subiu nesta quarta, passando para 20 no total.

Agora, das 201 notificações registradas até o momento, 181 estão em investigação.

O balanço da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) mostra ainda que 111 casos já foram analisados e descartados no total.

Somente nesta quarta, foram descartados 26 novos casos após análises clínicas e epidemiológicas e outros 25 passaram a ser investigados.

Reforço no atendimento

A SES-SP informa também que reforçou o atendimento para casos de intoxicação por metanol com a distribuição de 3 mil ampolas adicionais de antídoto para 21 centros de referência de saúde pública estadual nesta quarta-feira.

Com as novas ampolas de álcool etílico absoluto, segundo o órgão, já são 5,5 mil disponíveis para o tratamento de pacientes.

A iniciativa faz parte da ação integrada do gabinete de crise que atua no combate a casos de contaminação de bebidas por metanol no estado, desde setembro.

O antídoto é utilizado em casos de pacientes que atendem aos requisitos definidos pelas diretrizes técnicas da SES-SP. A quantidade de ampolas usadas no tratamento varia de acordo com o quadro clínico da pessoa, a depender da gravidade da intoxicação.

Confirmações

A SES-SP afirma ainda que reforçou o fluxo laboratorial da rede estadual para confirmar rapidamente a presença de metanol no organismo dos pacientes.

Pelo novo protocolo, as amostras de sangue ou urina coletadas nos serviços de saúde são enviadas ao Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (LATOF) da USP em Ribeirão Preto e ao CIATox da Unicamp. Os laudos finalizados são disponibilizados em até 24h.

Essa logística conta com o apoio do Instituto Adolfo Lutz (IAL), responsável por coordenar o transporte dos materiais e garantir que os casos suspeitos recebam diagnóstico com brevidade.

Destruição de garrafas

A Justiça paulista autorizou a destruição imediata de 100 mil vasilhames apreendidos no inquérito que apura responsabilidades pela adulteração de bebidas.

A solicitação feita pela Polícia Civil foi autorizada pelo juiz Lucas Bannwart Pereira, do Fórum Criminal Barra Funda do Tribunal de Justiça de São Paulo.

No despacho, o magistrado destaca que os milhares de recipientes foram encontrados em uma suposta empresa de recicláveis que comercializava garrafas de diferentes bebidas destiladas sem controle sanitário, de origem ou de destinação, além de não realizar procedimentos de higienização.

Ainda dentro das ações de investigação, o Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo informou, que a perícia realizada em bebidas apreendidas durante a crise de intoxicação por metanol indica que a substância foi adicionada de forma intencional, e não resultado do processo de destilação.

Leia mais:  SP: Metanol foi colocado e não surgiu de destilação, diz perícia

Ações conjuntas com o setor privado

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e outras autoridades do Estado reuniram-se com representantes dos setores de comércio de bebidas nesta quarta, no Palácio dos Bandeirantes, para alinhar medidas de combate à contaminação por metanol.

Líderes dos segmentos de bares, restaurantes, supermercados e outros estabelecimentos foram convocados para participar de grupos de trabalho e apresentar medidas concretas para evitar casos de intoxicação por metanol na cadeia de distribuição e comércio de bebidas alcoólicas.

Interdições:

Ainda nesta quarta-feira, a força-tarefa interditou mais um estabelecimento na capital paulista, em ação de combate às bebidas falsificadas e às intoxicações por metanol.

O bar, localizado na zona leste da cidade de São Paulo, foi totalmente interditado após a fiscalização, por apresentar condições sanitárias inadequadas, alimentos vencidos, entre outras irregularidades.

Além disso, foram apreendidas seis garrafas de bebidas alcoólicas.

Ao todo, 12 estabelecimentos já foram interditados e 23 locais fiscalizados pelas equipes da Vigilância Sanitária Estadual, em parceria com as vigilâncias municipais, o Procon e a Polícia Civil. As interdições podem ocorrer por diversos motivos, incluindo irregularidades fiscais e sanitárias dos estabelecimentos.

A Secretaria da Fazenda e Planejamento suspendeu preventivamente a inscrição estadual de seis distribuidoras e dois bares, totalizando 8 estabelecimentos comerciais.



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