Sem grade, brasileiro se arrisca para fotografar tubarões-brancos
Enquanto muita gente ficaria apavorada se chegasse perto de um tubarão, um fotógrafo brasileiro é conhecido justamente por registrar encontros fascinantes com esses animais.Criado no Rio de Janeiro, ele cresceu mergulhando com snorkel e identificando espécies marinhas.Hoje, Daniel é um dos principais fotógrafos subaquáticos do mundo, especializado em tubarões-brancos, que registra a menos de um metro de distância e sem gaiolas de proteção.Com mais de 20 anos de carreira, o brasileiro já acumulou mais de 170 horas de mergulhos livres com tubarões.Sua abordagem é baseada em respeito, evitando confrontos. “Só contando com a misericórdia do animal”, brincou, em entrevista à revista GQ.Daniel contou que estuda o comportamento dos tubarões para saber quando é seguro entrar na água.Sinais como movimentos suaves indicam um animal tranquilo, enquanto abertura constante da boca e movimentos bruscos podem significar irritação.Além dos tubarões, o fotógrafo também já capturou baleias-azuis — maior animal do mundo —, conhecidas por serem tímidas.Seus mergulhos geralmente são feitos com um assistente local e acontecem em condições controladas.Entre os companheiros mais marcantes, estão Bruce, um tubarão-branco enorme, e Ema, uma tubarão-tigre das Bahamas, que virou o xodó do fotógrafo.Certa vez, Daniel viveu um momento tenso na Ilha de Guadalupe, no Caribe. Durante uma expedição com turistas, uma mulher se aproximou da isca e acabou atraindo a atenção de uma fêmea de tubarão-branco, o que obrigou o fotógrafo a intervir rapidamente.“Tubarões-brancos são extremamente competitivos. Se você se aproxima da presa dele, ele larga o peixe para confrontar você”, esclareceu.Outra situação tensa foi quando se viu frente a frente com crocodilos-do-Nilo, em Botsuana. “O tubarão-branco pode te morder, mas não te vê como comida. Já o crocodilo do Nilo gosta de gente, de comer gente”, disse ele.Daniel também já fotografou lulas gigantes canibais do Pacífico. Para isso, ele precisou descer amarrado a uma corda.Essas lulas podem chegar a ter dois metros de comprimento e são conhecidas por tentar puxar mergulhadores para as profundezas.