
René afirmou conhecer o secretário de Justiça em audiência de custódia
O secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, negou conhecer ou ter qualquer relação com o empresário René da Silva Nogueira Junior, preso por suspeita de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, em Belo Horizonte. As informações foram divulgadas inicialmente pelo O Globo , e confirmadas pelo Portal iG com a Secretaria estadual.
O homem de 47 anos teve a prisão convertida para preventiva nesta quarta-feira (13) durante uma audiência na Central de Audiências de Custódia (CEAC), no bairro Lagoinha, na capital mineira.
“Carteirada” falsa

Renê da Silva Nogueira Júnior foi preso em flagrante na segunda (11)
Durante a audiência, o suspeito relatou ao juiz Leonardo Vieira Rocha Damasceno que passou por uma “situação constrangedora” enquanto estava no Centro de Remanejamento (Ceresp) Gameleira.
Segundo ele, uma pessoa da qual ele “teria o nome” o pediu para agachar três vezes quando saiu da cela. “Tinha algumas agentes junto que começaram a falar: ‘Tu matou o gari por quê? Você fez isso, covarde’. Eu falei: ‘Cara, primeiro vocês têm que entender que tem uma investigação em curso'” , relatou.
René afirmou na sequência que iria reportar a situação a Rogério Greco, secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais.
“O nome dessa pessoa eu li. Foi na tarde de ontem [dia 12]. E eu inclusive falei para ele: ‘Eu conheço o [Rogério] Greco e vou falar com ele depois que eu sair daqui, por causa disso'”, afirmou o suspeito.
Secretário nega
Em nota enviada ao Portal iG, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas afirmou que todos os procedimentos realizados são previstos nos regulamentos do sistema prisional mineiro, e que não houve distinção de tratamento entre René e os demais detentos.
Em relação à citação do nome do secretário, Rogério Greco informou que a declaração é mentirosa, e destacou que “não o conhece, nunca conversou ou teve qualquer contato com o preso” . (leia a nota na íntegra abaixo) .
Empresário diz que dormiu no chão
Durante a audiência, René também relatou que teve que dormir no chão e que foi fotografado enquanto estava sob custódia. O juiz Damasceno determinou que o detento recebesse um colchão e não pudesse ser fotografado na unidade prisional.
René foi preso na segunda (11) sob suspeita de atirar contra um gari, de 44 anos, após uma discussão de trânsito. Ele foi localizado por policiais enquanto se exercitava em uma academia de alto padrão na região Oeste da capital mineira.
Marido de uma delegada da Polícia Civil de Minas Gerais, Renê é conhecido no meio corporativo por ocupar cargos de liderança em empresas de renome no Brasil e no exterior.
Segundo a Polícia Militar, o crime aconteceu quando o caminhão de coleta de lixo onde Laudemir trabalhava parou para recolher resíduos. Irritado com a suposta obstrução do trânsito, o suspeito teria ameaçado a condutora do caminhão e, em seguida, disparado contra o gari. Laudemir foi socorrido, mas morreu no hospital.
Confira a nota da Sejusp na íntegra
“Informamos que todos os procedimentos realizados estão previstos no documento chamado ReNP – Regulamento e Normas de Procedimentos do Sistema Prisional de Minas Gerais. Não houve distinção de tratamento entre Renê e os demais detentos.
Quanto à citação ao nome do secretário, feita pelo preso em audiência de custódia, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, informa que a declaração do acusado é mentirosa, destacando que não o conhece, nunca conversou ou teve qualquer contato com o preso.”
IG Último Segundo