Sala limpa da NASA abriga 26 novas espécies de bactérias


Alexandre Rosado e Junia Schultz
Jayson Ricamara (KAUST)

Alexandre Rosado e Junia Schultz

Um novo estudo relata que 26 novas espécies de bactérias  até então desconhecidas foram encontradas em salas limpas da NASA usadas na preparação da sonda Phoenix para seu lançamento em agosto de 2007, em Cabo Canaveral.

Esse tipo de instalação é projetada para manter níveis mínimos de poeira, fluxo de ar, temperatura e umidade controlados para evitar contaminação por microrganismos.

A análise genética dos microrganismos revelou que muitas das novas espécies carregam genes que promovem reparo de DNA, detoxificação de moléculas nocivas e metabolismo otimizado, conferindo-lhes resistência a radiação e a processos de descontaminação.

Microscopia eletrônica de varredura de algumas das novas espécies encontradas na sala limpa de montagem da nave espacial Phoenix
Microbiome (2025)

Microscopia eletrônica de varredura de algumas das novas espécies encontradas na sala limpa de montagem da nave espacial Phoenix

O estudo ainda precisa entender as condições em que esses organismos sobrevive, sugere o professor Alexandre Rosado, da King Abdullah University of Science and Technology (KAUST), em um comunicado.

“N osso estudo visa entender o risco de transferência de extremófilos em missões espaciais e identificar quais podem sobreviver a condições tão adversas ”.

Potencial biotecnológico

Junia Schultz, pesquisadora de pós-doutorado da KAUST e autora do trabalho, destacou num comunicado que esses genes de resistência podem ser aproveitados em novas tecnologias de preservação de alimentos e no desenvolvimento de medicamentos.

“Essas descobertas abrem portas para inovações na medicina, na conservação de alimentos e em outros setores”  .

O estudo, publicado na revista Microbiome, também auxilia a NASA a antecipar os tipos de bactérias que podem ser encontradas em missões tripuladas e não tripuladas, orientando estratégias mais eficazes de redução de contaminação em ambientes de montagem.  Dr. Kasthuri Venkateswaran, ex-pesquisador sênior do JPL e coautor, confirmou em um comunicado esse potencial.

“Essa colaboração pioneira entre KAUST e NASA impulsiona os limites da astrobiologia e da bioengenharia.



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