Rússia condiciona negociações de paz ao reconhecimento internacional das regiões anexadas na Ucrânia


O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov
MAXIM SHIPENKOV

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov

MAXIM SHIPENKOV

A Rússia afirmou nesta segunda-feira (28) que está disposta a negociar com a Ucrânia, segundo o ministro das Relações Exteriores Serguei Lavrov em uma entrevista ao jornal brasileiro O Globo também publicada em Moscou, na qual afirmou que é “imperativo” que a comunidade internacional reconheça a anexação de cinco regiões ucranianas, incluindo a Crimeia.

Desde que a Rússia iniciou uma ofensiva na Ucrânia em fevereiro de 2022, suas tropas tomaram grandes superfícies de território em quatro regiões ucranianas: Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson. Em fevereiro daquele ano, Moscou declarou as demarcações como parte de seu país. A Crimeia foi anexada em 2014.

A Ucrânia denuncia as anexações como uma apropriação ilegal de seu território e afirma que nunca as reconhecerá, enquanto seus aliados na Europa alertam que aceitar as demandas da Rússia criaria um precedente perigoso que poderia abrir a porta para mais agressões.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou nesta segunda-feira à imprensa estatal que a Rússia “confirmou em reiteradas ocasiões sua disposição (…) para iniciar negociações com a Ucrânia sem condições prévias”.

Contudo, Lavrov disse na entrevista que “o reconhecimento internacional da propriedade russa da Crimeia, Sebastopol, da República Popular de Donetsk, República Popular de Lugansk, da região de Kherson e de Zaporizhzhia é imperativo”.

As declarações de Lavrov ao jornal O Globo foram publicadas em russo pela diplomacia de Moscou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no domingo que acredita que seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, está disposto a renunciar à Crimeia, contradizendo a posição que Kiev mantém desde o início do conflito. Washington afirmou que esta semana é “crítica” para as negociações de um cessar-fogo.

Trump prometeu que resolveria o conflito na Ucrânia em 24 horas após seu retorno à Casa Branca, mas até agora seus esforços diplomáticos não apresentaram sucesso.



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