Quem foi James Cook?


James Cook
Reprodução/ ANMM

James Cook

James Cook foi um dos navegadores mais importantes da Era das Grandes Navegações. Nascido em 27 de outubro de 1728, em Morton-in-Cleveland, no Reino Unido, o explorador britânico ficou conhecido por comandar expedições que ampliaram o conhecimento europeu sobre o Oceano Pacífico e regiões até então pouco documentadas no mundo ocidental.

Filho de um trabalhador rural, Cook começou sua trajetória no mar ainda jovem, como aprendiz em um navio cargueiro chamado Free Love. Movido pela ambição de se tornar capitão e descobrir novas terras, dedicou-se por conta própria ao estudo de matemática, astronomia e geometria — áreas essenciais para a navegação. Em 1750, foi promovido a primeiro marujo, e cinco anos depois ingressou na Marinha Real Britânica, onde rapidamente se destacou e alcançou o posto de capitão.

Durante a Guerra dos Sete Anos, participou de uma missão de reconhecimento no estuário do rio São Lourenço, no Canadá. Com o fim do conflito em 1763, a Inglaterra assumiu o controle de territórios estratégicos, como o Canadá, a Terra Nova e o Labrador. Coube a Cook cartografar essas regiões com precisão, o que lhe rendeu reconhecimento da Coroa britânica e consolidou sua reputação como um dos melhores cartógrafos de sua geração.

A primeira grande expedição: em busca da Terra Australis

Sua primeira e mais famosa viagem de exploração começou em 1768, a bordo do navio HMS Endeavour. A missão oficial era de caráter científico: observar o trânsito de Vênus a partir do Taiti, um evento astronômico de grande interesse para os cientistas da época. Mas havia também uma ordem secreta: encontrar e explorar o suposto continente do hemisfério sul, conhecido como Terra Australis Incognita.

Durante essa expedição, Cook passou pelo Rio de Janeiro e pela Terra do Fogo, antes de enfrentar as águas turbulentas do Cabo Horn, no extremo sul do Chile. Chegou ao Taiti em junho de 1769, onde observou o fenômeno astronômico e explorou ilhas vizinhas, que ele chamou de Ilhas da Sociedade.

Em seguida, navegou até a Nova Zelândia — descoberta anteriormente pelo holandês Abel Tasman — e, em 1770, desembarcou na costa leste da Austrália, em Botany Bay. Ainda nessa jornada, mapeou o estreito de Torres, comprovando que a Nova Guiné era uma ilha, e continuou até a Batávia, antes de retornar ao Reino Unido em 1771.

A segunda viagem: rumo ao gelo antártico

Cook realizou, ao todo, três grandes viagens ao redor do mundo. Na segunda expedição, entre 1772 e 1775, liderou a bordo do HMS Resolution, acompanhado da fragata Adventure, que levava cientistas e estudiosos. Rumou em direção às águas do Pacífico Sul e tornou-se o primeiro navegador a cruzar o Círculo Polar Antártico, em 16 de janeiro de 1773. Acreditava que além da barreira de gelo estaria a mítica Terra Austral, mais tarde confirmada como a Antártida. Nessa mesma viagem, também descobriu as ilhas Nova Caledônia e Norfolk.

A última jornada 

Na terceira e última expedição, entre 1776 e 1779, Cook buscou encontrar a Passagem do Noroeste, uma rota marítima que ligaria o Oceano Atlântico ao Pacífico pelo norte do continente americano. A jornada o levou ao Havaí. No entanto, após conflitos com a população nativa local, Cook foi morto em Kealakekua Bay, em 14 de fevereiro de 1779.

Além de suas descobertas geográficas, James Cook também é lembrado por inovações no cuidado com a saúde de sua tripulação. Preocupado com o bem-estar dos marinheiros, implementou medidas como o consumo regular de frutas cítricas, o que ajudou a prevenir o escorbuto — doença comum em longas viagens marítimas.



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