
Hugo Motta é o presidente da Câmara
Lideranças do Congresso Nacional passaram a pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta(Republicanos), para reduzir o desgaste com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT).
A movimentação ocorre após a avaliação de que o Planalto passou a usar os recentes atritos com o Legislativo como plataforma para retomar a narrativa de justiça social e engajar a base eleitoral em torno da reeleição em 2026.
A insatisfação do governo cresceu depois da derrubada de três decretos que aumentavam a alíquota do IOF(Imposto sobre Operações Financeiras), medida que havia sido tomada para reforçar a arrecadação federal.
A votação ocorreu sem aviso prévio ao Palácio do Planalto e foi anunciada por Motta diretamente nas redes sociais. O placar foi de 383 votos a favor da sustação dos decretos e 98 contrários.
O impacto estimado da derrubada é de R$ 10 bilhões a menos na arrecadação, o que deverá levar ao contingenciamento de despesas e emendas parlamentares.
A articulação pela revogação teve como principais nomes Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre(União Brasil-AP), que também enfrenta divergências com o governo, especialmente com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira(PSD).
A avaliação de líderes do Centrão é que a escalada da tensão fortalece o discurso do governo federal nas redes sociais e também nas ruas.
O tema “justiça social”, que envolve propostas como isenção de tributos para os mais pobres, taxação dos mais ricos e programas como a CNH gratuita, tem ganhado aderência fora do ambiente político institucional.
Por isso, o pedido feito a Motta é que ele se aproxime do presidente Lula e sinalize abertura ao diálogo, buscando amenizar o cenário. O Planalto, por sua vez, não pretende tomar a iniciativa.
A orientação interna é de que o governo não irá procurar o Congresso, mas está disposto a dialogar caso haja movimentação por parte de Motta ou Alcolumbre.
Lula seguirá no confronto
Lula tem sido aconselhado a manter o enfrentamento público com o Legislativo como forma de consolidar uma base popular para 2026.
A leitura entre auxiliares do presidente é de que o desgaste pode ser revertido politicamente, desde que o governo demonstre resistência a pressões e ataques.
Enquanto isso, parlamentares já operam em ritmo eleitoral, buscando aprovar propostas que beneficiem suas bases.
IG Último Segundo