Presidente do Ibama justifica aval à pesquisa de petróleo na Foz


Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama
Reprodução/TV Cultura

Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou nesta segunda-feira (03), que a autorização concedida à Petrobras para realizar pesquisa de petróleo na região da Foz do Amazonas só foi possível após uma mudança no plano de emergência contra acidentes. As informações são do Roda Viva.

A permissão, concedida no mês passado, autoriza a estatal a perfurar o poço Morpho, localizado a cerca de 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas, entre o Amapá e o Pará, na chamada Margem Equatorial.

Agostinho explicou que, em 2023, o Ibama havia negado o pedido da Petrobras porque o plano anterior previa que eventuais vazamentos seriam atendidos por uma equipe sediada em Belém (PA), distante 700 quilômetros do ponto de perfuração.

As equipes do Ibama sempre entenderam que não tinha viabilidade um projeto dessa forma ”, disse o presidente.

Após a negativa, a Petrobras instalou uma nova base de emergência em Oiapoque (AP), a 170 quilômetros da área de pesquisa, o que, segundo Agostinho, reduziu o tempo de resposta em caso de acidente.

O Ibama testou o centro de emergências (…) o tempo de resposta a um eventual acidente com uma base em Oiapoque era suficiente para que a empresa tivesse a licença pra pesquisar petróleo nessa região ”, explicou.

Expectativa para a COP30 na Amazônia

Durante a entrevista, Agostinho também comentou sobre a COP30, que será realizada em Belém (PA), e sobre a imagem que o Brasil deve transmitir ao mundo durante o evento.

A COP não é sobre a Amazônia, ela é uma COP realizada na Amazônia. […] Amazônia, para qualquer cidadão do mundo, é um lugar mágico. E eu não tenho dúvida de que as pessoas vão começar a entender um pouco o que é a nossa realidade ”, afirmou.

Ele destacou que a região amazônica é habitada por cerca de 29 milhões de pessoas e que o evento pode ajudar a desmistificar a ideia de que a floresta é desabitada.

Muita gente fala da Amazônia como se fosse um lugar onde não tem pessoas, onde tem apenas uma grande floresta. […] Estamos falando de um lugar com grandes cidades como Manaus, Belém e Santarém ”, complementou.

Agostinho também ressaltou a responsabilidade ambiental do Brasil, lembrando que o país abriga 20% das espécies vivas do planeta, com 145 mil espécies da fauna e 45 mil de plantas, além do maior número de espécies ameaçadas.

Isso é uma responsabilidade muito grande pra gente, e que a gente precisa sim de apoio, precisa muito de cooperação ”, concluiu.



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