
Polícia prendeu suspeito
A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na tarde de sexta-feira (3), um homem apontado como um dos principais fornecedores de insumos usados na produção de destilados adulterados.
A ação foi conduzida pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e ocorreu no Jardim Carumbé, na Zona Norte de São Paulo.
Segundo a investigação, o suspeito utilizava dois imóveis para armazenar materiais destinados à falsificação.
Nos locais, foram encontrados garrafas de uísque, vodca e gin, tampas, rótulos falsos, selos, caixas de embalagem e equipamentos usados para limpeza e envase.
De acordo com os policiais, a estrutura permitia a produção de milhares de garrafas falsificadas.
O esquema funcionava por meio da aquisição de garrafas usadas, que eram lavadas e reutilizadas. Em seguida, recebiam rótulos, tampas e selos que simulavam a originalidade dos produtos.
Esses insumos eram distribuídos para fábricas clandestinas que abasteciam bares, comércios e vendas online em diferentes regiões do estado.
Entenda: Falsificação de bebidas pode virar crime hediondo: o que muda?
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública ao Portal iG, o suspeito foi autuado em flagrante por crimes contra a propriedade industrial e contra as relações de consumo.
As investigações também apuram a participação de gráficas, fabricantes de tampas e grupos responsáveis pelo envasamento. A possibilidade de associação criminosa não está descartada.
A prisão integra uma série de operações realizadas contra a falsificação de bebidas alcoólicas em São Paulo.
No fim de setembro, uma fábrica clandestina foi desarticulada em Americana, onde foram apreendidos mais de 17 mil produtos falsificados, incluindo uísques, gins e vodcas.
Casos recentes de intoxicação em cidades como São Bernardo do Campo têm sido associados ao uso de metanol na adulteração.
O produto químico, utilizado originalmente na indústria de combustíveis, tem sido empregado ilegalmente em destilarias clandestinas, provocando efeitos graves como visão turva, dor de cabeça, náusea e, em situações mais severas, cegueira, coma ou morte.
Os sintomas podem levar até 48 horas para se manifestar.
Recomendações

Há casos recentes de intoxicação por metanol
Autoridades como o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Vigilância Sanitária e a Associação Brasileira de Combate à Falsificação recomendam atenção a indícios de fraude nas embalagens, como preços muito abaixo do mercado, lacres danificados e erros de impressão nos rótulos.
As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos na cadeia de fornecimento e distribuição de bebidas adulteradas.
IG Último Segundo