Polícia prende 9º suspeito da morte do ex-delegado Ruy Ferraz


O crime, cometido com fuzis, ocorreu logo após Ferraz deixar a Secretaria de Administração da prefeitura local
Montagem

O crime, cometido com fuzis, ocorreu logo após Ferraz deixar a Secretaria de Administração da prefeitura local

A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na sexta-feira (24), o nono suspeito de envolvimento na execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, assassinado a tiros em 15 de setembro, em Praia Grande, no litoral sul paulista.

Veja maisImagens mostram a cronologia da execução de Ruy Ferraz Fontes

O crime, cometido com fuzis, ocorreu logo após Ferraz deixar a Secretaria de Administração da prefeitura local, onde trabalhava desde sua aposentadoria, em 2023.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o ex-delegado foi perseguido por um carro e atingido por disparos enquanto tentava escapar. O veículo utilizado pelos criminosos capotou durante a fuga.

De acordo com a investigação, o grupo monitorou a rotina da vítima por mais de um mês, utilizando ao menos quatro imóveis no litoral como pontos de apoio logístico.

O Portal iG entrou em contato com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), que confirmou a prisão mais recente.

“O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu, nesta sexta-feira (24), um homem de 38 anos, por envolvimento no homicídio do ex-delegado-geral Dr. Ruy Ferraz, ocorrido em setembro, no município de Praia Grande. O homem foi capturado no Jardim Shangrilá, zona sul da capital. Ele foi identificado como o proprietário de uma segunda casa na Praia Grande, utilizada pelos criminosos no período de elaboração do plano que vitimou o ex-delegado. As investigações prosseguem pelo DHPP para esclarecer todas as circunstâncias dos fatos. Até o momento, nove envolvidos estão presos, dois se encontram foragidos e um morreu após resistir à abordagem policial.”

A operação é conduzida por uma força-tarefa da Polícia Civil sob coordenação do delegado-geral Artur Dian. Desde a criação do grupo, em setembro, nove pessoas foram presas e duas seguem foragidas.

Um dos procurados é Flávio Henrique Ferreira de Souza, cujo DNA foi encontrado em um dos carros usados na ação.

O outro é Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, apontado como responsável pela logística e direção de um dos veículos de apoio.

Prisões

Ruy Ferraz foi morto em São Paulo
Foto: Polícia Civil de SP

Ruy Ferraz foi morto em São Paulo

Entre os detidos estão Dahesly Oliveira Pires, presa em 18 de setembro por transportar um fuzil usado no ataque, e Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como “Fofão”, capturado um dia depois, acusado de atuar na logística.

Em outubro, a polícia localizou Umberto Alberto Gomes, suspeito de ser um dos atiradores, morto em confronto no Paraná.

Outros nomes identificados pela investigação incluem Danilo Pereira Pena, apelidado de “Matemático”, preso em 15 de outubro por coordenar parte da operação criminosa; e José Nildo da Silva, de 47 anos, capturado em 21 de outubro em Itanhaém.

Segundo os investigadores, José Nildo foi visto em uma das casas de apoio, armado com colete à prova de balas, e é suspeito de participar diretamente dos disparos que mataram o ex-delegado.

Mandados e apreensão

Além das prisões, a Polícia Civil cumpriu, no início de outubro, mandados de busca e apreensão contra o subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, Sandro Rogério Pardini, e quatro servidores públicos municipais.

Os nomes não constam entre os suspeitos diretos da execução, mas os materiais apreendidos podem auxiliar a investigação, possivelmente ligada a um processo de licitação para compra de material elétrico aberto em setembro.

As autoridades não descartam a hipótese de relação entre o assassinato e o histórico de atuação de Ferraz contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) durante sua carreira na Polícia Civil.

O foco das apurações, segundo a SSP-SP, é identificar o envolvimento de todos os participantes e esclarecer a motivação exata do crime.



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