Polícia inicia escavações em busca de escoteiro sumido há 40 anos


Equipes da Polícia Científica de SP realizam escavação na base do Pico do Marins
Foto: Jonas Caetano da Silva Filho

Equipes da Polícia Científica de SP realizam escavação na base do Pico do Marins

Como o Portal iG antecipou em maio deste ano, a Polícia Civil do Estado de São Paulo retomou as buscas por Marco Aurélio Simon, o escoteiro desaparecido no Pico dos Marins, em 1985. A montanha fica em Piquete (SP).

Nesta quinta-feira (24), equipes da Polícia Técnico-Científica isolaram a área que leva à base da trilha e iniciaram o trabalho de escavação de áreas apontadas em operações com drones.

A primeira área escavada é uma das cinco que foram mapeadas em 2023 por um drone equipado com radar, capaz de identificar vestígios humanos embaixo da terra.

Na época, as escavações foram iniciadas e encerradas após cinco dias de coletas de materiais na região onde o escoteiro foi visto pela última vez.

Na ocasião, um fio de cabelo foi encontrado, mas não foi possível identificar traços genéticos no material recolhido.

Em abril deste ano, a Polícia Científica voltou a sobrevoar o Pico dos Marins, como o iG informou, mas com drones equipados com inteligência artificial, o que permitiu definir com mais precisão as áreas que deveríam ser escavadas.

A operação com o equipamentos apontou a possibilidade de haver material compatível com ossos humanos a cerca de 1,5 metro de profundidade.

Agora, a perícia deve se concentrar em dois locais mapeados.

Equipes iniciaram os trabalhos em meio ao nevoeiro. busca é por material genético
Fotos: Jonas Caetano da Silva Filho

Equipes iniciaram os trabalhos em meio ao nevoeiro. busca é por material genético

A intenção é que os dois pontos sejam escavados ainda nesta quinta, mas o trabalho pode se estender para os próximos dias, de acordo com o delegado.

O irmão gêmeo de Marco Aurélio, Marco Antônio Simon, postou nas redes sociais sobre a retomada dos trabalhos. O caso completou 40 anos no mês passado.

Procurada pelo iG, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo apenas confirmou a retomada das buscas e reforçou que o caso é investigado pela Delegacia de Piquete.

“O caso é investigado pela Delegacia de Piquete. Os trabalhos periciais serão retomados visando a localização do desaparecido. Detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial”, diz a nota.

Relembre o caso

Marco Aurélio Simon desapareceu no dia 8 de junho de 1985, aos 15 anos, enquanto fazia uma trilha no  Pico dos Marins, localizado na divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais,

Ele subiu o pico acompanhado do grupo Olivetano de Escoteiros, de São Paulo, que era liderado por Juan Bernabeu.

Cartaz de
Rodrigo Nunes

Cartaz de “procura-se” divulgado na época do desaparecimento

Naquele dia, o grupo resolveu fazer a trilha, que tem mais de 2,4 mil metros de altitude, para chegar até o cume.

Após um dos colegas se machucar, o grupo decidiu desistir da aventura e retornar à base do acampamento.

Foi quando o chefe dos escoteiros pediu que Marco Aurélio seguisse na frente, abrindo caminho para o retorno, enquanto os outros carregavam o outro jovem que havia se ferido na trilha.

Marco Aurélio se separou dos demais e, desde então, nunca mais foi encontrado.

Quando o grupo maior chegou à base do acampamento, percebeu que Marco Aurélio não havia retornado.

O chefe dos escoteiros Juan Bernabeu voltou para a trilha e, depois de aproximadamente quatro horas, retornou dizendo que não havia encontrado o adolescente.

Desde então, foram inúmeras tentativas de buscas, até que a polícia encerrou o caso em 1990.

Em 2021, 36 anos após o registro do desaparecimento do escoteiro, o inquérito foi reaberto,  depois que a Polícia Civil recebeu a informação de que o corpo do adolescente poderia estar enterrado na região. É essa investigação que segue em andamento.

O mistério em torno do desaparecimento de Marco Aurélio rendeu inúmeras teorias: de que ele teria sido sequestrado, morto, atacado por animais ou até que foi vítima de uma atividade sobrenatural ou extraterrestres..

O Portal iG tentou contato com a Polícia Civil de Piquete para mais esclarecimentos sobre a investigação, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para novas manifestações.



IG Último Segundo