Polícia Civil do RJ desarticula esquema financeiro do CV


Ação policial teve como foco bens e contas ligados ao esquema financeiro da facção
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Ação policial teve como foco bens e contas ligados ao esquema financeiro da facção

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta terça-feira (16) uma operação de alcance nacional contra um esquema financeiro de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho. A ação ocorreu no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Mato Grosso, com pedido de bloqueio judicial de cerca de R$ 600 milhões, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias ligadas à facção criminosa.

A ação é uma nova fase da Operação Contenção, deflagrada em outubro e considerada pela a maior ofensiva já realizada contra o Comando Vermelho. Desde o início da operação, mais de 250 criminosos foram presos e 136 morreram em confrontos, além da apreensão de centenas de armas e munições.

De acordo com as investigações, o dinheiro movimentado ilegalmente era utilizado para financiar a compra de armas, drogas, imóveis e veículos, além de sustentar a estrutura responsável pelo controle de territórios dominados pelo grupo. O foco da operação foram pessoas físicas, empresas e patrimônios usados para ocultar e movimentar recursos do crime organizado dentro do sistema financeiro formal.

Investigação aponta Doca como articulador do esquema financeiro

As apurações apontam que Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, uma das principais lideranças do Comando Vermelho, e Carlos da Costa Neves, o Gardenal, responsável pela área financeira da facção, coordenavam o esquema com o apoio de terceiros e empresas de fachada.

Edgar Alves de Andrade, o Doca, é apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho
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Edgar Alves de Andrade, o Doca, é apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho

Segundo a Polícia Civil, foram identificadas movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada dos investigados. Algumas contas funcionavam como verdadeiros cofres da facção, concentrando valores expressivos que foram bloqueados por decisão judicial.

O esquema também envolvia o uso de pessoas recrutadas pelo crime para realizar depósitos em dinheiro vivo, em pequenas quantias e em diferentes bancos, muitas vezes no mesmo dia, numa tentativa de dificultar o rastreamento da origem dos recursos. Parte significativa do dinheiro era centralizada em Pontes e Lacerda, no estado de Mato Grosso, município escolhido estrategicamente por estar distante das áreas mais visadas do tráfico, o que reduzia a exposição dos líderes criminosos.

Além do bloqueio bancário, a Justiça determinou o sequestro de bens, incluindo imóveis, veículos e uma propriedade rural localizada no estado de Mato Grosso. Materiais apreendidos durante a operação, como documentos e equipamentos eletrônicos, seguem sob análise para aprofundar as investigações.

A ação contou com o apoio das polícias civis de Minas Gerais e do Mato Grosso e integra a Operação Contenção, iniciativa que busca enfraquecer a estrutura financeira do Comando Vermelho. Desde o início da ofensiva, segundo dados da Polícia Civil, mais de 250 criminosos foram presos, 136 morreram em confrontos, e centenas de armas e munições foram retiradas de circulação.



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