PF apura se ex-comandantes do Exército e Aeronáutica foram omissos


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à esquerda, e o ex-comandante do Exército, General Freire Gomes, à direita
Antônio Cruz/Agência Brasil – 19.04.2022

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à esquerda, e o ex-comandante do Exército, General Freire Gomes, à direita

Em relatório, a Polícia Federal (PF) indica a necessidade de investigar o general  Freire Gomes,
ex-comandante do Exército, e o tenente-brigadeiro  Carlos Almeida Baptista Junior,
da Aeronáutica, por possível omissão às investidas golpistas durante reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o documento, as informações indicam resistência dos generais à implementação do plano golpista. O general Braga Netto, inclusive, teria enviado mensagem a  Ailton Barros
– um dos investigados na Operação Tempus Veritatis – orientando-o a atacar Baptista Junior por ser “traidor da pátria”.

Contudo, a PF argumenta que, “considerando a posição de agentes garantidores, é necessário avançar na investigação para apurar uma possível conduta comissiva por omissão pelo fato de terem tomado ciência dos atos que estavam sendo praticados para subverter o regime democrático e mesmo assim, na condição de comandantes do Exército e da Aeronáutica, quedaram-se inertes”.

Dos três comandantes das Forças Armadas, o único alvo de investigação da PF, até o momento, é  Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
que teria sinalizado positivamente para a realização de um golpe de Estado. Na reunião em que Garnier demonstrou apoio ao plano, Baptista Junior e Freire Gomes estavam presentes, além do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro,  Mauro Cid.

Garnier foi um dos alvos da PF na  Operação Tempus Veritatis,
deflagrada no último dia 8 de fevereiro, quando a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão contra ele. Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, “o então Comandante da Marinha, o Almirante Almir Garnier, em reunião com o então Presidente Jair Bolsonaro, anuiu com o Golpe de Estado, colocando suas tropas à disposição do Presidente”.

Tempus Veritatis

A Polícia Federal deflagrou a Operação Tempus Veritatis contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores, investigados por tentarem dar um golpe de Estado após as eleições de 2022.

A corporação cumpriu 33 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e 48 medidas alternativas.

Entre os presos, estão Filipe Martins,
 ex-assessor especial de Bolsonaro, e Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal que foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e posse suspeita de uma pepita de ouro. 

O presidente do PL foi  liberado pela polícia na noite de sábado (10),
após decisão de Alexandre de Moraes, que concedeu liberdade provisória sob o argumento da idade – Valdemar possui 74 anos – e a natureza dos crimes, que não apresentam grave ameaça.



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