Palmeiras ‘Talipot’ florescem pela 1ª e única vez em 60 anos


Espécie rara de palmeiras Talipot florescem pela primeira e única vez no Rio de Janeiro
Foto: Pedro Kirilos

Espécie rara de palmeiras Talipot florescem pela primeira e única vez no Rio de Janeiro

Uma plantação de Palmeiras Talipot, importadas, cultivadas no Parque Flamengo e no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, estão florescendo pela primeira e única vez desde que foram plantadas, na década de 1960, pelo renomado arquiteto paisagista brasileiro, Roberto Burle Marx, falecido em 1994.

A espécie, com nome científico de Corypha umbraculifera, originária do sul da Índia e do Sri Lanka, tem expectativa de vida de 40 a 80 anos, e é muito conhecida por ter “seu grande momento” – a florada, perto do fim de sua vida.

Floração da Talipot acontece uma única vez na vida das palmeiras.
Divulgação AP News

Floração da Talipot acontece uma única vez na vida das palmeiras.

Durante esse breve espetáculo, a palmeira, que pode atingir até 30 metros de altura, produz uma grande pluma com aproximadamente 25 milhões de pequenas flores esbranquiçadas. Após a flora, as Talipot dão origem aos frutos, que levam cerca de um ano para amadurecer e depois morrem naturalmente.

O engenheiro civil, Vinicius Vanni, de 42 anos, é o responsável por coletar mudas dessas plantas que estão florindo e plantá-las para a posterioridade.

“Provavelmente não as verei florescer, mas elas estarão lá para as gerações futuras”, concluiu Vani.

Encantados, turistas e cariocas param para registrar o espetáculo raro e recente dos exemplares floridos. As palmeiras Talipot foram originalmente trazidas juntas do sul da Ásia para o Rio.

As plantas estão florescendo pela primeira e única vez antes de morrerem naturalmente.
Divulgação AP News

As plantas estão florescendo pela primeira e única vez antes de morrerem naturalmente.

Segundo a bióloga da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Aline Saavedra, as palmeiras possuem o mesmo metabolismo e foram cultivadas sob a mesma incidência de luz solar no Brasil.

Embora as leis ambientais proíbam o transporte de espécies nativas de outros continentes, o desenvolvimento lento das palmeiras as classifica como não invasoras.

Aline espera que o renovado interresse despertado pelas plantas nos cidadãos brasileiros incentive as pessoas a proteger o meio ambiente ao invés de destruí-lo.

“Essa espécie de palmeira nos leva a refletir sobre a temporalidade, pois tem aproximadamente a mesma expectativa de vida que um ser humano” disse Saavedra à AP News. “Marx também queria transmitir uma perspectiva poética”



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