Pai de vítima morta ao comer bolo de pote: ”Amor da minha vida”


No velório, emocionados, familiares lamentam a perda de Ana Luiza
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No velório, emocionados, familiares lamentam a perda de Ana Luiza

Em meio à dor da perda, e cercado por familiares e amigos, Silvio Ferreira das Neves, pai de Ana Luiza de Oliveira Neves, fez um desabafo emocionado nesta terça-feira (3), durante o velório da filha de 17 anos, que morreu após ingerir um bolo de pote entregue de forma anônima na residência da família. O caso gerou comoção nacional e está sendo investigado como possível envenenamento.

Visivelmente abalado, Silvio descreveu a filha como uma jovem tranquila, reservada e trabalhadora.

“É muito difícil para mim. Perdi o amor da minha vida”, declarou, com a voz embargada. “Minha filha não merecia isso. Só Deus pra me dar força.”

Durante a cerimônia de despedida, realizada no Cemitério Municipal Recanto do Silêncio, no Centro de Itapecerica da Serra (SP), o pai ressaltou a ingenuidade de Ana Luiza como um possível fator que a levou a consumir o doce.

“Ela era uma menina inocente, de poucos amigos. Talvez por isso tenha comido o bolo, sem imaginar que poderia haver algo de ruim. Não via maldade nas pessoas.”

Como tudo aconteceu

A família começou a suspeitar da origem do alimento após relatos da irmã de Ana Luiza, que mencionou a entrega misteriosa do bolo por um motoboy, sem identificação e com apenas um bilhete suspeito.

O pai relatou que, ao conversar com a filha mais nova, passou a considerar a possibilidade de que o alimento estivesse contaminado.

“A gente desconfia que tinha alguma coisa ali. Mas ainda não tem nada confirmado. Confio no trabalho da polícia. E entrego tudo nas mãos de Deus, porque só Ele pode nos confortar.”

Silvio também aproveitou o momento para fazer um alerta à população.

“Se alguma família receber algum tipo de encomenda estranha, um doce, um bolo, por favor, não aceitem. O mundo está cheio de maldade.”

O enterro de Ana Luiza reuniu dezenas de pessoas, entre familiares, amigos e moradores da região. A comoção foi intensa.

O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que já identificou uma adolescente de 17 anos como suspeita de enviar o doce envenenado. A causa exata da morte depende do laudo toxicológico, que deve ser divulgado nos próximos dias.



IG Último Segundo