O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), indicou que apoia a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, em entrevista ao UOL. Pacheco destacou que, caso a economia continue em trajetória positiva, Lula pode se consolidar como o candidato favorito, conseguindo atrair alianças com partidos como União Brasil, Republicanos e Progressistas.
“Se a decisão fosse hoje, eu apoiaria a reeleição de Lula”, disse Pacheco. “Pode haver uma compreensão de que há um favoritismo pleno do presidente Lula e então a política pode ser atraída a uma candidatura mais óbvia”.
Ele também mencionou que as recentes eleições municipais fortaleceram os partidos de centro-direita, como o PSD, e que o eleitorado estará menos suscetível a discursos polarizadores nas redes sociais durante a próxima corrida presidencial. Segundo ele, Lula se apresenta como uma figura “agregadora”.
“Lula hoje se destaca dessa segmentação de direita, esquerda, centro-direita, centro-esquerda e pode receber o apoio de diversos atores e partidos políticos, sobretudo se seu governo gerar resultados. Se a população perceber que o Brasil está crescendo, que estamos combatendo nossas vulnerabilidades sociais e ambientais, há uma tendência de favoritismo do presidente e dele ter apoios impensáveis”, disse.
Com a presidência do Senado prevista para se encerrar em fevereiro de 2025, Pacheco reiterou seu compromisso de completar seu mandato como senador. No entanto, deixou claro seu interesse em retornar à advocacia, seja na iniciativa privada ou até mesmo no Supremo Tribunal Federal (STF).
“É óbvio que, quem é advogado como eu, sabe que falar do Supremo é algo que você não trabalha, mas também não recusa”, comentou.
“Brincadeiras à parte também não há nenhum tipo de planejamento sobre isso. E não há planos da minha parte sobre ministério de Estado. Minha missão é permanecer no Senado até o fim do mandato e realizar algumas missões que considero importantes, como reformas do código civil e o código penal”, adicionou.
Pacheco também voltou a condenar os atos golpistas de 8 de janeiro, dizendo que “não foram um passeio no parque” e que as pessoas precisam ser responsabilizadas.
“O 8 de janeiro não foi um passeio no parque. Foi uma busca de fragilizar nossa democracia por pessoas que estavam insatisfeitas com o processo eleitoral, contaminadas com a ilusão de que poderia haver alguma fraude”, disse.
“Essas pessoas precisam ser processadas, garantir a elas o contraditório e amplo processo legal, e se forem identificadas as culpadas, apenadas. Eu respeito que se faça a discussão de anistia, mas não tenho opinião formada. Vou aguardar a posição da Câmara, para ter a posição oficial do Senado”, completou.
Além disso, ele indicou que apoiará o senador Davi Alcolumbre para a presidência do Senado, em detrimento de Eliziane Gama, que é do seu partido.
“Eliziane é um grande quadro. Me apoiou o tempo inteiro na presidência do Senado, foi líder da bancada feminina, além da identidade partidária. Mas ela sabe do meu vínculo com David Alcolumbre e do meu desejo que ele seja presidente do Senado. Isso é dito por ela a mim, o que me dá bastante conforto, porque ela também é uma querida amiga que fiz no Senado”, afirmou.