
Operação conjunta contra crime organizado ocorreu nesta quinta-feira (25), em cidades paulistas
Uma quadrilha ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) que atuava no setor de combustíveis foi desarticulada, nesta quinta-feira (25), em operação da Polícia Militar, em conjunto com o Ministério Público e Secretaria da Fazenda de São Paulo.
De acordo com os agentes, o grupo criminoso acumula autos de infração que ultrapassam R$ 7 bilhões e mais de R$ 500 milhões em débitos inscritos em dívida ativa com o Estado.
A chamada Operação Spare identificou que a quadrilha lavava dinheiro por meio de 267 postos de combustíveis, rede de motéis e até uma fintech, que servia de elo para movimentar recursos ilícitos.
Mandados de busca e apreensão
Desde a manhã desta quinta-feira (25), a operação cumpre 25 mandados de busca e apreensão na capital e cidades da Grande São Paulo, Baixada Santista e Vale do Paraíba.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ressaltou a importância da nova fase para as investigações.
Segundo ele, o combate ao crime organizado é prioridade absoluta do Governo de São Paulo, que atua em parceria com o Ministério Público e outros órgãos de investigação para desarticular redes ligadas ao crime organizado.
“Nesta nova fase, cumprimos dezenas de mandados de busca e apreensão em várias regiões do estado ”, disse.
Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Santo André, Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco.
Foram apreendidos quase R$ 1 milhão em dinheiro vivo e uma arma de fogo.
Mapeamento das conexões
Em coletiva de imprensa, o subsecretário adjunto da Receita Estadual, Paulo Ribeiro, disse que a atuação da Secretaria da Fazenda foi essencial para mapear as conexões fiscais e empresariais.
Ele explicou que o trabalho de inteligência permitiu identificar vínculos cadastrais entre pessoas físicas e jurídicas, além de bloquear preventivamente a criação de novas empresas ligadas ao grupo.
“Um dos grupos investigados já possui mais de R$ 500 milhões em débitos inscritos em dívida ativa. E os nossos auditores já lavraram autos de infração que ultrapassam R$ 7 bilhões” , afirmou.
Desde 2020
As investigações começaram em 2020, quando a PM encontrou uma casa de jogos clandestinos em Santos. Uma máquina apreendida era de um posto de combustíveis.
De acordo com o Ministério Público, o rastreamento levou os investigadores a uma fintech que centralizava as transações financeiras e conectava diferentes grupos criminosos, inclusive em operações conjuntas como a compra de metanol para abastecer os postos.
Além dos postos e da fintech, a rede criminosa também controlava empresas de fachada e motéis na Grande São Paulo e na Baixada Santista, movimentando milhões de reais.
Foram identificados mais de 60 motéis que lavam dinheiro para o crime organizado, que movimentaram R$ 450 milhões entre 2020 e 2024. Parte dos envolvidos mantinha relações próximas com lideranças de uma facção criminosa.
Desdobramento da Carbono Oculto
A ação mobilizou mais de 110 policiais militares do Comando de Choque de São Paulo e unidades especializadas para cumprimento das ordens judiciais.
Participam ainda agentes da Receita Federal, integrantes do Ministério Público e equipes da Secretaria da Fazenda e da P rocuradoria-Geral do Estado.
A ação é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que revelou as operações do PCC dentro de fintechs do sistema financeiro da Faria Lima e desmantelou um esquema semelhante no setor de combustíveis.
IG Último Segundo