O que fazer ao encontrar um saruê em casa?


Filhote de Gambá.
Reprodução: Instituto Refúgios/ João Zanardo

Filhote de Gambá.

Quando  saruês (Didelphis aurita), que são popularmente conhecidos como gambás, timbus, cassacos, micurês e mucuras, aparecem em quintais, telhados ou garagens, a reação da maioria das pessoas é medo ou repulsa. Mas o que muita gente não sabe é que ele é um animal, na maioria das vezes, inofensivo, e desempenha um papel ecológico importante: atua como predador de escorpiões, aranhas, baratas e ratos, ajudando no controle de pragas urbanas.

Entre setembro e março os saruês passam por sua temporada de reprodução, período em que as fêmeas buscam mais comida para garantir a alimentação dos filhotes.

Nessa fase, é comum que esses animais sejam vistos circulando em áreas urbanas, especialmente em busca de comida,  conforme destacou o Portal iG.

Em entrevista ao Portal iG, a defensora da causa animal Larissa Saruê, fundadora do Instituto Larissa Saurê, e a bióloga Ingrid Cole,  explicaram como devemos proceder ao encontrar esses animais na cidade. 

Passando por ali

Quando o saruê estiver apenas de passagem, não é preciso intervir. Se o animal estiver visivelmente bem e longe de riscos, não precisa fazer nada.  

“Encontros com saruês em casa costumam ser comuns. Nessa situação, as pessoas devem saber quando é necessário intervir e quando não é”, explicou Ingrid.

Quando é preciso intervir

Há situações em que o resgate é necessário. Segundo Ingrid, deve-se agir com cuidado se o saruê estiver ferido ou em área de risco.

  • Em caso de ferimento: o ideal é colocar o animal, com segurança, em um recipiente ventilado ou local protegido até a chegada de ajuda especializada.
  • Em área perigosa: se houver cachorros soltos, fios elétricos, a pessoa pode tentar minimizar esses perigos prendendo o cachorro ou desligando a energia de cercas elétricas, por exemplo..

Nesses momentos, deve-se ligar para os órgãos responsáveis pelo resgate de animais silvestres da sua cidade.

Cuidados diferentes

Larissa explicou que, ao observar um saruê, é importante identificar se o saruê é um adulto ou um filhote. No caso dos filhotes, muitas vezes eles estão apenas momentaneamente longe da mãe. Por essa razão, a orientação é manter distância e observar.

“Se for confirmado que a mãe morreu, é necessário recolher o filhote e mantê-lo aquecido, já que eles são muito sensíveis e podem morrer facilmente de hipotermia” , alertou Larissa Saruê.

Nesse caso, o animal deve ser entregue o mais rápido possível às autoridades responsáveis, que poderão oferecer os cuidados necessários para garantir seu desenvolvimento e sobrevivência.

O ideal é sempre evitar mexer em qualquer animal silvestre, principalmente ferido. 

“Em último caso, quando não há possibilidade de resgate ou se o animal estiver precisando de atendimento imediato, recomendamos que ele seja recolhido com cuidado e levado a Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) ou algum hospital veterinário para animais silvestres. Nunca tratar em casa por conta própria” , alertou Ingrid.

Não alimente o animal

Larissa, que cuida de saruês diariamente em seu instituto, também afirmou que é importante não dar comida a esses animais.

“Não se deve nunca alimentar um animal que você não conhece porque você pode dar alguma alimentação errada e, inclusive, matar esse animal.”

Como evitar a presença 

Os principais motivos que levam os saruês a aparecerem em ambientes urbanos são a busca por alimento e abrigo. Segundo Ingrid, algumas medidas podem ajudar a evitar a presença desses animais em casa:

  • Evite lixeiras abertas;
  • Evite acesso a alimentos como ração;
  • Não acumule objetos no quintal onde eles possam se esconder;
  • Feche bem buracos e acessos ao telhado ou forros.

O Ibama pode ser contatado pelo telefone da Linha Verde pelo número 0800 61 8080, um canal disponível para denúncias e orientações sobre animais silvestres.



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