O encontro no Alasca


Putin e Trump negociam acordo de paz na Ucrânia
Reprodução/TV Globo

Putin e Trump negociam acordo de paz na Ucrânia

Como disse o embaixador Ishinger, da conferência de segurança de Munique e ex embaixador da Alemanha em Washington, a reunião no Alasca entre Trump e Putin , acabou com o resultado de um a zero para o russo.

Os Estados Unidos que ao fim de dois séculos se proclama o povo eleito perdeu essa partida. Essa América, transparente e divina, só conversa consigo mesma e ignora a realidade internacional.

E o caso de nos perguntamos que destino fica reservado aos povos que não comungam dessa apoteose de uma América convertida em internet de Deus.  Trump rompeu o isolamento de Putin sem obter o acordo de paz sobre a Ucrânia.

O que estaria por trás da intransigência russa seria a sua posição de força no campo de batalha. Nas últimas semanas o exército russo abriu uma brecha nas defesas ucranianas na região de Donbas , e autoridades da Ucrânia afirmam que Moscou vem mobilizando forças e armamentos para novas ofensivas.

Quanto mais o cessar-fogo demorar, mais áreas a Rússia vai ocupar. Putin saiu mais forte da reunião no Alasca. Foi a primeira visita dele aos Estados Unidos em mais de uma década. Ele saiu assim do isolamento internacional imposto pelas potências ocidentais e rompeu o cerco com estilo.

Trump tem sido pouco consistente. Ele frequentemente condena a intervenção estrangeira e as guerras estupidas enquanto bombardeia o Irã. Ainda assim talvez haja algo de imperial em sua conversa sobre trocas de terras para levar a paz a Ucrânia , apesar das objeções do próprio país.

Trump disse que espera voltar a falar em breve com Putin de preferência pessoalmente e sem nenhum constrangimento. O almoço ampliado com a equipe econômica e de defesa seguido de reuniões a tarde não aconteceu. Putin partiu trazendo em sua bagagem a sua consagração como o líder que colocou a Rússia de volta ao patamar dos Estados Unidos cujo presidente o recebeu com aplausos.

E sem ceder na exigência básica de Trump, o fim da guerra na Ucrânia. Trump saiu de mãos abanando e continua a insistir na sua mania interminável de reconfigurar a realidade com palavras ocas de conteúdo perseguindo a sua autoimagem narcisista de rei da negociação internacional e salvador da paz mundial.



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