mortos chegam a 1.700; número pode aumentar


Equipes de resgates continuam buscando os desaparecidos em Mianmar
AFP

Equipes de resgates continuam buscando os desaparecidos em Mianmar

O terremoto que atingiu Mianmar, país considerado pobre que fica no  Sudeste Asiático, já deixou ao menos 1.700 mortos, segundo a última contagem fornecida neste domingo (30) por agências de notícias. A expectativa é que o número continue aumentando, já que equipes de resgate ainda lutam para encontrar pessoas em meio aos escombros.

De acordo com os últimos números da junta militar que comanda o país, além do número de mortos, há 3.400 feridos e 300 desaparecidos. O general sênior Min Aung Hlaing, líder do governo, alertou que o  número de fatalidades pode aumentar e pediu assistência internacional.

O Governo de Unidade Nacional, da oposição, anunciou um cessar-fogo de duas semanas a partir de domingo para realizar operações de resgate de emergência. O país, comandado por militares, vive uma guerra civil nos últimos anos.

Crise Humanitária

A tragédia já é considerada crise humanitária
AFP

A tragédia já é considerada crise humanitária

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho afirmou que já mobilizou centenas de voluntários para ajudar nos esforços de busca e resgate, fornecer primeiros socorros e distribuir itens de emergência, como cobertores, lonas e kits de higiene. 

“Este não é apenas um desastre, é uma crise humanitária complexa sobreposta a vulnerabilidades existentes”, disse Alexander Matheou, diretor regional da Cruz Vermelha para a agência Ásia-Pacífico. “Mianmar continua enfrentando um conflito interno e insegurança alimentar. Este terremoto agrava uma situação já frágil”, complementa.

Países como Índia, China, Tailândia, Malásia, Cingapura e Rússia estão enviando ajuda para Mianmar. Os Estados Unidos prometeram US$ 2 milhões em ajuda canalizada por meio de organizações humanitárias, que ainda devem ser enviadas.

Tremor em profundidade rasa

O terremoto da última sexta ocorreu em pouca profundidade, segundo especialistas ouvidos pela AFP, o que aumentou o impacto. Poucos minutos depois, houve outro tremor, de magnitude 6,7.

Na cidade de Mandalay, próxima ao epicentro e uma das mais afetadas, o terremoto causou o desabamento de prédios e pontes e rachaduras nas estradas.

Neste domingo por volta das 14h (04h30 no horário de Brasília), outro abalo, de magnitude 5,1, segundo o Serviço Geológico dos EUA, fez com que as pessoas corressem para as ruas novamente, o que interrompeu temporariamente os esforços de resgate.

Localização geográfica

A maioria da população de Mianmar vive perto da Falha de Sagaing, onde as placas tectônicas indiana e eurasiática se encontram. Apesar de estar em uma zona de alto risco para terremotos, os países vizinhos, como Tailândia e China, que também sentiram o abalo, não são.

Os tremores foram sentidos em uma grande distância. Em Bangkok, na Tailândia, a mais de 1 mil km do epicentro, um arranha-céu em construção desabou após os tremores.

O terremoto aconteceu a uma profundidade de apenas 10 km — algo considerado muito superficial, uma vez que tremores podem ocorrer a até 700 km abaixo da superfície. De acordo com o Serviço Geológico dos EUA (USGS), ele liberou mais energia do que a bomba atômica lançada sobre Hiroshima.



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