Moraes rejeita pedido da defesa de Bolsonaro no STF


Moraes afirmou que não admitirá “tumulto processual”
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Moraes afirmou que não admitirá “tumulto processual”

O ministro Alexandre de Moraes, do STF(Supremo Tribunal Federal), negou nesta terça-feira (1º) o pedido da defesa de Jair Bolsonaro(PL) para anexar novos documentos ao processo que investiga a tentativa de golpe de Estado.

Moraes afirmou que não admitirá “tumulto processual” nem ações com objetivo de atrasar o andamento da ação penal.

A solicitação dos advogados de Bolsonaro incluía informações técnicas fornecidas por Meta e Google, relacionadas à conta de Instagram @gabrielar702, atribuída ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

Segundo os dados apresentados, a conta foi criada com o e-mail [email protected], registrado em nome de Cid desde 2005. Também foram identificados telefones vinculados ao perfil, que teriam sido apreendidos com Cid e reconhecidos como de uso pessoal.

Os endereços de IP usados na criação e no acesso à conta estariam associados à residência de Cid. A exclusão do perfil foi feita via VPN, dificultando a rastreabilidade, segundo os advogados.

A defesa alegou que as informações comprovam a relação de Mauro Cid com a conta e que isso comprometeria sua delação premiada.

De acordo com os advogados, o material desmente a versão de Cid, que nega ser o criador ou usuário do perfil e também nega ter discutido o acordo de colaboração com o advogado Eduardo Kuntz.

Os defensores tentam invalidar a delação de Cid, peça central nas acusações contra Bolsonaro, sustentando que o vínculo com a conta e a suposta destruição de provas colocam a credibilidade do colaborador sob questionamento.

Além da anexação dos documentos, os advogados pediram manifestação antecipada da PGR (Procuradoria-Geral da República), antes do prazo das alegações finais.

Cronograma segue

Moraes rejeitou os pedidos e manteve o cronograma do processo. O magistrado já abriu o prazo para alegações finais da PGR e das defesas. Após essa fase, ele irá elaborar seu voto e liberar o caso para julgamento na Primeira Turma do STF ainda neste ano.

No despacho, o ministro reforçou que não aceitará manobras protelatórias e que todas as questões levantadas serão analisadas no momento processual adequado.



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