Moraes manda governo pedir extradição de Zambelli


Carla Zambelli (E) e Alexandre de Moraes (D)
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Carla Zambelli (E) e Alexandre de Moraes (D)

O ministro Alexandre de Moraes, do STF(Supremo Tribunal Federal), determinou neste sábado (7) que o Ministério da Justiça solicite  formalmente ao governo italiano a extradição da deputada federal Carla Zambelli(PL).

A medida foi tomada após a conversão da prisão preventiva em prisão definitiva, em decorrência da condenação da parlamentar a 10 anos de prisão em regime fechado pela Primeira Turma do STF.

Zambelli foi considerada culpada por contratar o hacker Walter Delgatti Neto para invadir o sistema do CNJ(Conselho Nacional de Justiça) e inserir documentos falsos. Entre eles, constava um mandado de prisão forjado contra o próprio ministro Moraes.

Segundo a acusação da PGR(Procuradoria-Geral da República), o objetivo era criar instabilidade institucional. A condenação, que ocorreu em maio, incluiu também multa de R$ 2 milhões por danos morais coletivos e perda do mandato parlamentar.

No mesmo despacho em que determinou o envio do pedido de extradição, Moraes notificou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta(REPUBLICANOS), para oficializar a cassação do mandato da parlamentar.

A perda do cargo é consequência direta da condenação em regime fechado, conforme jurisprudência já estabelecida pelo STF.

Zambelli deixou o país antes da emissão do mandado de prisão. Na terça (3), ela anunciou que havia viajado para a Europa e afirmou ter cruzado a fronteira com a Argentina no fim de maio.

A assessoria da deputada confirmou que ela está na Itália, onde possui cidadania. Em entrevista ao canal AuriVerde Brasil, no YouTube, ela declarou: “Sou cidadã italiana e lá sou intocável, a não ser que a Justiça italiana me prenda”.

Em resposta à fuga, Moraes decretou, na quarta (4), a prisão preventiva da deputada a pedido da PGR. A decisão foi acompanhada do bloqueio de bens, passaportes — incluindo o diplomático —, salário e verbas parlamentares, além da suspensão das redes sociais da parlamentar.

No dia seguinte, a Polícia Federal incluiu Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol, tornando-a procurada internacionalmente.

Além das medidas executadas, Moraes abriu novo inquérito para apurar possíveis crimes de coação no curso do processo e obstrução à investigação.

O despacho menciona declarações públicas da parlamentar que colocam em dúvida a legitimidade do sistema eleitoral e atacam o Poder Judiciário. Para o ministro, as ações de Zambelli demonstram a continuidade do comportamento investigado.

Defesa de Zambelli

A deputada federal Carla Zambelli
Agência Brasil

A deputada federal Carla Zambelli

Zambelli reagiu à decisão com críticas. Em nota, acusou Moraes de agir de forma “monocrática” e afirmou que levará o caso a tribunais internacionais.

A deputada também transferiu a titularidade de suas redes sociais para a mãe e anunciou que tanto ela quanto o filho pretendem disputar eleições em 2028.

Após a renúncia de seus advogados, a parlamentar passou a ser representada pela Defensoria Pública da União, que protocolou embargos de declaração contra a condenação.

O recurso, no entanto, não tem efeito suspensivo e apenas busca esclarecer pontos da decisão do STF.



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