
Monólogo “Mário Negreiro” reflete sobre identidade, periferia e legado colonial no Sesc São Caetano
No dia 1º de agosto, o Sesc São Caetano apresenta o monólogo “Mário Negreiro” , dirigido e protagonizado por Anderson Negreiro. A peça, com classificação indicativa de 14 anos, conduz o público por um percurso poético e crítico pelas ruas de São Paulo, a partir do retorno do protagonista à Casa Verde Alta, seu bairro de origem, para entregar um exemplar de Macunaíma a um amigo. A ação desencadeia reflexões que entrelaçam ficção, memórias pessoais e críticas sociais.
Inspirado na obra de Mário de Andrade, o espetáculo inverte a lógica do clássico modernista ao levar o personagem da cidade à periferia — um movimento simbólico que questiona o racismo estrutural, o apagamento histórico e as desigualdades herdadas do passado colonial. Imagens projetadas, referências autobiográficas e o diálogo com Macunaíma criam uma narrativa rica em camadas e significados.
Integrante da Trilogia Modernista e premiado pelo edital Zé Renato, o monólogo propõe um embate criativo entre o cânone literário e a voz preta e periférica atual. Ao revisitar um ícone do modernismo brasileiro, o espetáculo não apenas homenageia, mas tensiona e amplia o debate sobre identidade, resistência e pertencimento na arte e na sociedade.
IG Último Segundo