Símbolo em homenagem às vítimas do holocausto amanheceu sujo, em Paris
O Memorial do Holocausto, duas sinagogas e um restaurante judaico no centro de Paris, França, foram alvos de vandalismo na madrugada deste sábado (31). Segundo a polícia, os locais foram manchados com tinta verde.
Os ataques atingiram a sinagoga de Tournelles , a sinagoga de Agoudas Hakehilos , o Memorial da Shoah e o restaurante Chez Marianne , situado na Rue des Rosiers, tradicional ponto da comunidade judaica na região. A prefeita da cidade, Anne Hidalgo, comunicou à imprensa que vai prestar queixa, informa o jornal Le Monde .
Descoberta feita pela manhã
A polícia encontrou um pote de tinta aberto perto do restaurante, na manhã deste sábado (31). Nenhuma mensagem foi deixada no local e não há reivindicação pela autoria pelo ataque.
O local é um símbolo da memória às vítimas do Holocausto, feito pela Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Estima-se que cerca de seis milhões de judeus morreram durante o período.
De acordo com o Le Monde , os agentes em patrulha notaram os danos por volta das 5h15, no horário local (0h15, no horário de Brasília). As câmeras de segurança do Memorial registraram um indivíduo, vestido de preto, pichando as paredes por volta das 4h30 (23h15 de sexta, no Brasil).
Reações
Placa com nome das vítimas do holocausto suja de tinta
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, condenou os ataques e afirmou que a cidade apresentará queixa formal.
“Condeno esses atos de intimidação da forma mais veemente possível. O antissemitismo não tem lugar em nossa cidade ou em nossa República”, declarou em nota oficial.
O prefeito do centro de Paris ( Paris Centre ), Ariel Weil, também expressou indignação.
“Depois da tinta vermelha, agora tinta verde. Desta vez, o gesto é mais preciso: o Memorial da Shoah, sinagogas e um restaurante judaico. Sabemos onde os atos ‘militantes’ começam, mas não sabemos onde terminam” , escreveu em na rede social ‘X’.
O ministro do Interior da França, Bruno Retailleau, determinou o reforço da segurança durante o feriado judaico de Shavuot, que ocorre entre os dias 1º e 3 de junho, citando “tensões internacionais persistentes, especialmente no Oriente Médio”, que exigem vigilância redobrada.
Segundo o ministro, atos antissemitas representam mais de 60% dos crimes antirreligiosos registrados na França, e a comunidade judaica permanece particularmente vulnerável.
O presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas na França (CRIF), Yonathan Arfi, lamentou os episódios.
“Sinto grande tristeza e indignação ao ver as imagens desta manhã. Espero que o responsável, já que parece ser apenas uma pessoa segundo as câmeras, seja identificado e preso rapidamente” , disse à agência AFP.
Arfi ressaltou que, independentemente da motivação, o episódio gera um forte sentimento de estigmatização da comunidade judaica no país.
IG Último Segundo