
Furacão Melissa
Existe uma superstição curiosa entre os observadores de furacões: a chamada “maldição dos furacões com a letra M” . A crença surgiu a partir do número incomum de furacões devastadores batizados com nomes iniciados pela letra M e que tiveram seus nomes oficialmente aposentados, uma distinção reservada apenas aos ciclones mais letais ou destrutivos. As informações são da Metsul Meteorologia.
Quando um furacão provoca grandes tragédias, seu nome é removido das listas oficiais para evitar insensibilidade e confusão em futuros alertas, o mesmo que deve acontecer com o furacão Melissa, que deixou um rastro de devastação sem precedentes na Jamaica nesta semana.
Na terça-feira (28), Melissa tocou terra na ilha como uma das tempestades mais intensas já registradas no Atlântico.
A pressão mínima central de apenas 892 milibares (mb) se igualou à do lendário furacão do Dia do Trabalho, de 1935, sendo superada apenas por Wilma (2005), com 882 mb, e Gilbert (1988), com 888 mb.
Melissa se tornou o primeiro furacão de categoria 5, o nível máximo da escala Saffir-Simpson, a atingir o Atlântico desde Dorian, nas Bahamas, em 2019, além de ser considerado o mais poderoso a impactar a Jamaica em toda a sua história.
Furacões devastadores com a inicial “M”
No Atlântico, sete furacões com nomes iniciados pela letra M já tiveram seus nomes aposentados e boa parte deles figura entre os mais devastadores da história.
O mais emblemático é Maria (2017), que destruiu Dominica, Porto Rico e as Ilhas Virgens Americanas, deixando milhares de mortos e colapsando o sistema elétrico da ilha.
Outro nome marcante é Matthew (2016), um furacão de categoria 5 que devastou o Haiti, atingiu Cuba e o sudeste dos Estados Unidos, resultando em mais de mil mortes.
Já Mitch (1998) entrou para os registros como um dos furacões mais letais já observados, com mais de 11 mil vítimas em Honduras e Nicarágua, após chuvas torrenciais e deslizamentos de proporções catastróficas.
A lista de nomes ainda inclui Michael (2018), que atingiu a Flórida como um furacão de categoria 5, Michelle (2001), responsável por ventos intensos e fortes chuvas na América Central e no Caribe, Marilyn (1995), que passou sobre as Ilhas Virgens Americanas, e o recente Milton (2024), um dos furacões mais poderosos e mortais a atingir a Flórida.
A coincidência é tão grande que a letra M acabou virando símbolo de destruição entre os caçadores de furacões.
No entanto, a explicação é mais científica do que mística: como os nomes seguem uma ordem alfabética ao longo da temporada, a letra M costuma ser alcançada justamente no pico da atividade ciclônica, em setembro.
Esse é o período em que as águas do Atlântico estão mais quentes e as condições atmosféricas favorecem a formação de tempestades intensas.
Inicial “I” também possui má reputação
Curiosamente, a letra “I” tem uma reputação ainda pior. Cerca de 14 nomes iniciados pela inicial já foram oficialmente aposentados, entre eles, Ivan, Irma e Ida, todos ligados a grandes desastres. A razão é a mesma: o “I” também costuma aparecer no auge da temporada, quando o risco de furacões extremos são mais favoráveis.
IG Último Segundo
 
								

