Médico que matou namorada de 15 anos é indiciado por feminicídio


Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello confessou ter matado Kethlyn Vitória de Souza
Reprodução/redes sociais

Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello confessou ter matado Kethlyn Vitória de Souza

A Polícia Civil do Mato Grosso  indiciou o médico  Bruno Felisberto, de 29 anos, por feminicídio e outros seis crimes relacionados à morte da namorada, a adolescente Kethlyn Vitória de Souza, de 15 anos . O crime ocorreu no dia 3 de maio, em Guarantã do Norte,  a 720 km da capital Cuiabá.

Segundo a corporação, o inquérito foi concluído e o médico pode pegar até 62 anos de prisão em regime fechado. Ele está detido preventivamente desde o dia 5 de maio, após confessar o crime em interrogatório.

À polícia, Bruno disse que o disparo que matou a jovem foi acidental, “pois acreditava que arma estava desmuniciada”.

O delegado Waner Neves, que investiga o caso, indiciou o médico pelos seguintes delitos: feminicídio, dano ao patrimônio público, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, disparo de arma de fogo, dirigir veículo sob influência de álcool, entregar veículo automotor a pessoa não habilitada e servir bebida alcoólica à adolescente.

Reconstituição

A polícia fez a reconstituição do crime. Segundo a corporação, tudo aconteceu em um intervalo de 33 minutos. O casal deixou um bar no centro da cidade às 0h55. 

Dois minutos depois, o veículo, que até então era conduzido pelo médico, trafega pela Avenida José Nelson Coutinho. No minuto seguinte, entra na Avenida Guarantã, instante em que a vítima assumiu a direção com o médico no banco do passageiro.

Foi nesse momento que ocorreu o disparo de arma de fogo dentro do carro, que atingiu a cabeça da adolescente.

Às 01h01, o veículo entra na Avenida Dante Martins de Oliveira, em alta velocidade, sentido ao hospital. O veículo chega às 01h02 e, no intervalo que vai até as 1h28, é declarado o óbito da vítima. Então, a administração aciona a Polícia Militar, que chega ao local em três minutos, às 1h31.

“Quando houve a declaração do óbito, entrou em surto e danificou parte da unidade hospitalar”, diz a nota da polícia.

Segundo o inquérito, o médico comprou a arma usada no homicídio em 2022, de forma ilegal.

Relacionamento

A polícia também traz detalhes sobre o relacionamento. Segundo a nota, Bruno e Ketlhyn  se conheceram através da irmã dela, entre outubro e novembro de 2024. Em janeiro de 2025, iniciaram uma união estável.

Três meses depois, a jovem deu entrada no hospital acompanhada pelo namorado, devido a um sangramento no nariz. Ele mesmo a atendeu e disse que o sangramento não foi causado por uma agressão.



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