
Médico é preso após abusar sexualmente de paciente com câncer
O mastologista Danilo Costa foi condenado a 43 anos de prisão por abusar sexualmente de ao menos 15 mulheres, incluindo uma paciente com câncer, durante atendimentos médicos em Itabira, na região Central de Minas Gerais. A sentença, proferida nesta terça-feira (22), reconhece que o médico se aproveitou da relação de confiança e da posição de autoridade para cometer os crimes em ambiente hospitalar e ambulatorial. A informação foi confirmada pelo Portal iG.
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o réu violou princípios éticos da profissão ao instrumentalizar os atendimentos médicos para fins abusivos. Além da pena de reclusão, Danilo foi condenado a pagar indenizações por danos morais às vítimas, com valores entre R$ 100 mil e R$ 400 mil, conforme a gravidade de cada caso.
A Justiça também determinou que o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) seja notificado sobre a condenação, com base nos artigos 213 (estupro) e 215-A (importunação sexual) do Código Penal. Segundo o MPMG, os crimes foram cometidos contra mulheres em situação de vulnerabilidade, em um contexto que deveria garantir segurança e acolhimento.
O médico já havia sido preso em 4 de fevereiro deste ano, após denúncias iniciais de abuso sexual. Na ocasião, a polícia identificou 15 vítimas. entre pacientes e funcionárias do hospital onde ele atuava, com idades entre 36 e 50 anos. A investigação, iniciada em 24 de janeiro, revelou uma série de abusos, como toques indevidos, agressões físicas e comentários impróprios durante consultas.
Em um dos casos mais graves, uma mulher de 52 anos relatou ter sido estuprada durante tratamento oncológico. A perícia apontou a presença de Antígeno Prostático Específico (PSA) em seu corpo, material biológico compatível com o do acusado, que já havia feito vasectomia.
O delegado João Martins Teixeira, responsável pelas investigações, destacou que as vítimas relataram comportamentos como toques excessivos e observações sobre os corpos delas, incompatíveis com a conduta médica.
“O médico comentava, por exemplo, que os seios de algumas pacientes não combinavam com o quadril. Isso ultrapassa qualquer limite profissional. Além disso, não há justificativa técnica para toques em regiões genitais em consultas com mastologista” , disse o delegado em entrevista coletiva.
O processo contra Danilo Costa teve início em fevereiro, quando a Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo MPMG. As vítimas foram acolhidas pela Casa Lilian – Centro Estadual de Apoio às Vítimas, com garantia de sigilo e respeito à autonomia.
IG Último Segundo