Mauro Cid é afastado do exército após decisão de Moraes


Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Reprodução / Redes Sociais

Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

O Exército Brasileiro afastou o coronel  Mauro Cid
de suas funções após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologar o acordo de delação premiada entre o ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e a Polícia Federal.

Mauro Cid ficará agora agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP) sem ocupar cargo e exercer função.

“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Exército Brasileiro cumprirá a decisão judicial expedida pelo Ministro Alexandre de Moraes e o Tenente-Coronel Mauro César Barbosa Cid ficará agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP) sem ocupar cargo e exercer função”, diz a nota.

A delação premiada foi homologada por Moraes neste sábado (9) e prevê uma séria de imposições ao ex-ajudante de ordens, como perda da posse de arma, utilização de tornozeleira eletrônica e restrição para saídas de noite. 

Moraes também concedeu liberdade provisória ao coronel, que estava preso desde maio no âmbito das investigações das milícias digitais, além do caso das joias sauditas e da alteração de cartões de vacinação no Ministério da Saúde. 

Com a delação homologada, a PF deve iniciar uma séria de depoimentos com o militar, que deverá contribuir e não pode permanecer em silêncio, como fez na CPMI dos atos golpistas. 

Em troca, Cid poderá ter um abatimento ou até mesmo um perdão de uma eventual pena em caso de condenação.

A expectativa na PF – e em boa parte do meio político – é que Cid dê informações relevantes para chegar aos culpados e elucidar o escândalo das joias do Governo Brasileiro vendidas no exterior; as fraudes a cartões de vacinação de Bolsonaro e sua família; a suposta trama golpista contra o sistema eleitoral; e até mesmo a tentativa de golpe de Estado que o país sofreu no dia 8 de janeiro de 2023.

Veja as condições impostas por Moraes para soltar Cid:

  • Uso de tornozeleira eletrônica e proibição de ausentar-se da Comarca , de sair de casa à noite e nos finais de semana
  • Afastamento do exercício das funções de seu cargo de oficial no Exército
  • Obrigação de apresentar-se semanalmente perante ao Juízo da Execução da Comarca de origem
  • Proibição de ausentar-se do país e cancelamento de todos os passaportes emitidos em nome do investigado
  • Suspensão imediata de porte de arma de fogo bem como de realizar atividades de colecionador, tiro desportivo e caça
  • Proibição de utilização de redes sociais
  • Proibição de comunicar-se com os demais investigados, com exceção de Gabriela Cid (esposa), Beatriz Cid (filha) e Mauro Lourena Cid (pai)



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