Massacre de civis na Síria deve ‘parar imediatamente’, apela ONU


 Ataques no litoral sírio mataram mais de mil pessoas
AFP

Ataques no litoral sírio mataram mais de mil pessoas

A Organização das Nações Unidas ( ONU) afirmou neste domingo que a morte de civis na  Síria “tem de parar imediatamente”, acrescentando que recebeu relatos “extremamente preocupantes” de famílias inteiras que foram mortas no noroeste do país, informaram agências de notícias internacionais.

Ao menos 745 civis alauítas — grupo étnico-religioso que corresponde a cerca de 15% da população síria — foram mortos em  ataques das forças de segurança e grupos ligados ao novo governo sunita, segundo denúncia do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

De acordo com a ONG, as ofensivas tiveram início na última quinta-feira (6) e atingem famílias, incluindo mulheres, crianças e recém-nascidos.

“O assassinato de civis nas zonas costeiras do noroeste da Síria deve cessar imediatamente”, declarou Volker Turk, Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, em comunicado.

O Observatório dos Direitos Humanos pediu à comunidade internacional que tome medidas urgentes e envie equipes especializadas para investigar as supostas violações cometidas contra civis na Síria. 

A organização também cobrou das autoridades de Damasco a responsabilização das tropas envolvidas nesses atos, alertando que a impunidade só contribui para a repetição de crimes e representa uma ameaça à estabilidade política e social do país.

Nova onda de violência

Tropas governamentais a caminho das aldeias da costa síria
Reprodução/Moawia Atrash

Tropas governamentais a caminho das aldeias da costa síria

Os confrontos começaram na quinta, depois que rebeldes alauítas, apoiadores do ditador exilado Bashar al-Assad, atacaram as forças de segurança na cidade de Jableh, em Latakia. 

É a maior onda de violência na Síria desde a queda do regime Assad, em dezembro do ano passado. Segundo o Observatório dos Direitos Humanos (OSDH), o número de mortos nos últimos dias já passa dos mil, com a maioria sendo civis.

“O número de mortos chegou a 1.018”, aponta a ONG, num comunicado obtido pelas agências de notícias, no qual diz também que “745 civis foram assassinados a sangue frio em massacres”.

Presidente interino e os EUA pedem paz

Numa declaração neste domingo, o líder sírio Ahmad al-Chareh apelou à unidade nacional e à paz civil no país.

“Estes desafios eram previsíveis. Temos de preservar a unidade nacional, a paz civil, tanto quanto possível, e, se Deus quiser, poderemos viver juntos neste país”, afirmou Ahmad al-Charaa, que liderou a coligação islamista sunita que derrubou o regime de Assad.

O chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, condenou as mortes pediu responsabilização.

“As autoridades sírias interinas devem responsabilizar os autores destes massacres contra as comunidades minoritárias do país”, escreveu o secretário de Estado norte-americano num comunicado citado pelas agências.



IG Último Segundo