Maior ofensiva russa com drones mata dois em Kyiv


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladmir Putin
Agência Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladmir Putin

Dois civis morreram e pelo menos 16 ficaram feridos após um novo ataque russo com drones e mísseis atingir Kyiv durante a madrugada desta quinta-feira (10), segundo a administração militar da capital ucraniana.

O órgão informou que os bombardeios ocorreram horas depois da maior ofensiva aérea registrada desde o início da guerra em 2022. O ataque danificou prédios residenciais, centros médicos e instalações comerciais em seis distritos da cidade, incluindo Shevchenkivsky, Podilsky e Darnytsky.

A ofensiva gerou explosões ao longo da madrugada e levou centenas de moradores a buscarem abrigo em estações de metrô. 

Segundo o chefe da administração militar de Kyiv, Tymur Tkachenko, “ prédios residenciais, veículos, depósitos, escritórios e imóveis não residenciais estão em chamas ”. Ele confirmou que as duas mortes foram provocadas diretamente pelos bombardeios russos: “ Infelizmente, temos duas vítimas fatais. Essas pessoas foram mortas pelos russos. É uma perda terrível ”, escreveu.

A prefeitura da capital também relatou que destroços de drones causaram incêndios em garagens, postos de combustíveis e telhados de casas.

No distrito de Podilsky, uma unidade de atenção primária à saúde foi ” quase totalmente destruída “, de acordo com o prefeito Vitali Klitschko.

As autoridades pediram que a população continue em abrigos até o fim do alerta de ataque aéreo e recomendam que as janelas permaneçam fechadas devido à fumaça intensa na cidade.

Ataque cada vez maiores e reação de aliados

Na noite de terça-feira (08), a Ucrânia sofreu o maior ataque aéreo russo desde o início da invasão, com 728 drones e 13 mísseis lançados em diferentes regiões. Na quarta-feira (09), uma ofensiva atingiu a cidade de Kostiantynivka, no leste do país, matando três pessoas, conforme informou o serviço de emergência ucraniano (DSNS).

Em paralelo aos ataques, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, deve se reunir nesta quinta-feira com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, à margem de um encontro de chanceleres da ASEAN, na Malásia. Essa será a segunda reunião presencial entre os dois desde o início da guerra.

A visita ocorre em meio a um momento de tensão entre Washington e Moscou. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que voltou ao cargo neste ano prometendo encerrar rapidamente o conflito, tem demonstrado impaciência com o presidente russo Vladimir Putin.

Recebemos muitas mentiras do Putin, se quer saber a verdade. Ele sempre é muito simpático conosco, mas no fim tudo isso é vazio ”, declarou Trump na terça-feira (08).

Ele também afirmou que estuda apoiar um projeto que impõe tarifas de até 500% a países que importarem petróleo, gás, urânio e outros produtos russos.

Mesmo com o tom mais crítico, Trump ainda não aplicou sanções à Rússia.

O Kremlin respondeu às declarações com aparente indiferença: “ Estamos bastante tranquilos quanto a isso. O estilo de Trump é geralmente mais ríspido, ele usa essas expressões ”, afirmou o porta-voz Dmitry Peskov.

Na quarta-feira (09), o enviado dos EUA para assuntos ucranianos, Keith Kellogg, se encontrou com o presidente Volodymyr Zelenskyy em Roma. O governo ucraniano classificou o diálogo como “ substancial ”.



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