Mãe é condenada a mais de 44 anos por matar filha a facadas


Anna Pilar, de 7 anos, teria sido morta pela mãe enquanto dormia
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Anna Pilar, de 7 anos, teria sido morta pela mãe enquanto dormia

A Justiça do Rio Grande do Sul condenou nesta terça-feira (16) uma mulher a mais de 44 anos de prisão por ter matado a própria filha, de 7 anos, com golpes de faca. O crime ocorreu em agosto de 2024 e teria sido cometido para atingir o ex-companheiro, pai da menina.

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O caso foi julgado pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Kauana Nascimento, de 32 anos, foi condenada por homicídio qualificado, com as agravantes de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de crimes contra menor de 14 anos e contra descendente.

Entenda o caso

Mãe e filha moravam sozinhas em um apartamento em Novo Hamburgo
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Mãe e filha moravam sozinhas em um apartamento em Novo Hamburgo

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), Anna Pilar Cabrera foi morta pela mãe com golpes de faca dentro do apartamento onde as duas moravam, no Centro de Novo Hamburgo. A criança teria sido morta enquanto dormia.

Os agentes foram acionados por vizinhos, que ouviram gritos de criança vindo do apartamento.

Em primeiro momento, a mulher relatou que a filha teria caído da escada, mas a polícia encontrou  ferimentos de faca no corpo e a arma do crime no apartamento, que estava sujo de sangue. Além disso, testemunhas contaram que viram a mãe tirar o corpo da filha de dentro do local.

A causa da morte foi definida pelos legistas como “choque hemorrágico decorrente de hemorragia torácica maciça, provocada por múltiplos ferimentos de arma branca”.

Crime para atingir o ex-companheiro

Nesta terça, o pai de Anna Pilar foi ouvido durante o julgamento. Ele contou que o crime ocorreu no dia do seu aniversário e esclareceu detalhes sobre a relação com a acusada após a separação do casal, cerca de três anos antes do crime.

Em seu depoimento, Kauana apresentou um relato detalhado de sua trajetória pessoal, desde a infância até o nascimento da filha, destacando as dificuldades enfrentadas ao longo dos anos. Disse que o pai da criança não contribuía financeiramente, embora oferecesse apoio emocional, e que a ausência paterna afetava emocionalmente a filha.

Ela também mencionou gastos com tratamentos psicológicos e psiquiátricos, consultas, medicamentos e possíveis diagnósticos relacionados ao desenvolvimento da criança, fatores que, segundo ela, se somaram a traumas e dificuldades acumuladas ao longo da vida.

Surto psicótico

Durante o período em que era casada com o pai de Anna, Kauana teria apresentado um surto psiquiátrico. A defesa sustentou que, no dia do assassinato da menina, a mãe também teria sofrido um novo episódio de surto.

O Conselho de Sentença, composto por sete mulheres, decidiu pela condenação da ré a 44 anos, 5 meses e 10 dias de prisão, em regime fechado. A decisão cabe recurso.



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