Durante seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU),
nesta terça-feira (19), nos Estados Unidos, o presidente Lula (PT)
apontou para a paralisia do Conselho de Segurança da ONU, ressaltou a desigualdade global e atacou as guerras no mundo – em especial da Ucrânia –, que “escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos da carta da ONU”.
Segundo Lula
, a instância máxima das Nações Unidas precisa de uma reforma institucional, a fim de ser mais representativa e eficaz. Ele encerrou seu discurso cobrando que os países-membros se mobilizem contra a desigualdade e trabalhem para superá-la, sendo aplaudido por toda a Assembleia.
Com Volodymyr Zelensky
na plateia, Lula citou o conflito entre Rússia e Ucrânia. “A guerra na Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos da carta da ONU”, declarou. Ele defendeu medidas que se baseiam em diálogos, afirmando que se investe “muito em armamento”.
“Tenho reiterado que é preciso trabalhar para criar espaços para as negociações”, expôs. Ele citou outras tensões armadas no mundo, como no Sudão, Mali e Níger.
Escombros do neoliberalismo
O mandatário brasileiro atacou políticas neoliberais e a ascensão da extrema direita no mundo.
“O neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias”, afirmou.
“Em meio aos escombros do neoliberalismo, surgem aventureiros de extrema direita que negam a política e vendem soluções tão fáceis quanto equivocadas”, continuou. “Muitos sucumbiram à tentação de substituir um neoliberalismo falido por um nacionalismo primitivo, conservador e autoritário”.
Lula retomou o slogan que repetiu ao longo dos meses: “O Brasil está de volta, para dar sua devida contribuição aos principais desafios globais”.