Liz Truss demite ministro das Finanças em plena tempestade política; substituto já foi nomeado


Jeremy Hunt, ex-ministro de Relações Exteriores e Saúde, vai assumir o cargo no lugar de Kwasi Kwarteng; governo da premiê britânica esta ameaçado

Daniel LEAL / POOL / AFPliz truss (1)

A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, demitiu nesta sexta-feira, 14, o ministro das Finanças britânico, Kwasi Kwarteng, em meio a uma tempestade econômica e política que também ameaça sua posição. O anúncio foi feito pelo jornal britânico BBC e confirmado minutos depois por Kwarteng, que na quinta-feira declarou que não iria a lugar nenhum, apesar da turbulência nos mercados financeiros provocada pelos planos econômicos polêmicos do governo. “Você me pediu para deixar o cargo de ministro das Finanças. Eu aceitei”, escreveu Kwarteng em uma carta dirigida a Truss e publicada em sua conta no Twitter. Truss e o ex-ministro eram aliados de longa data. Em um mercado extremamente volátil por dias, a instabilidade política pesou sobre a libra esterlina, que perdeu 1,10% frente ao dólar, para 1,1199 dólares, e 0,57% frente ao euro, para 86,83 centavos. O substituto de Kwarteng já foi escolhido. Jeremy Hunt foi nomeado como novo ministro das Finanças. O ex-ministro de Relações Exteriores e Saúde, Jeremy Hunt, de 55 anos, foi candidato neste verão para suceder Boris Johnson como primeiro-ministro, antes de se juntar a Rishi Sunak contra Liz Truss.

Há um pouco mais de um mês no poder – ela foi nomeada primeira-ministra pela rainha Elizabeth II no dia 6 de setembro – Truss está sob forte impressão. Segundo a imprensa britânica, alguns membros de seu próprio partido já tentam destituí-la, dadas as desastrosas pesquisas que preveem uma derrota esmagadora para os conservadores nas próximas eleições legislativas. As eleições estão programadas apenas para janeiro de 2025, no mais tardar, mas a tempestade política e econômica causada pelos controversos cortes de impostos decididos por Kwarteng e Truss parecem impossibilitar a permanência da líder conservadora no poder até então. Sob pressão do partido, Truss e Kwarteng já tiveram que abandonar uma de suas medidas mais polêmicas no início de outubro.

*Com informações da AFP



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