Manifestantes reunidos em caminhada até a Câmara Municipal
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu liminar à Prefeitura de São Paulo e determinou o funcionamento das escolas da rede municipal, que estão em greve desde esta terça-feira (15), com pelo menos 70% dos profissionais de educação.
Pelo não cumprimento, a liminar estipulou pena de multa diária de R$ 10 mil para cada sindicato envolvido no movimento – Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), Sindicato dos Educadores da Infância (Sedin) e sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público do Municipio de Sâo Paulo (Sinesp) – que compõem a Coordenação das Entidades Sindicais Específicas da Educação Municipal (Coeduc).
Nesta quarta (16), os profissionais em greve voltaram a se reunir para manifestação em frente à Câmara Municipal e debateram a decisão judicial.
Impasse
A alegação da Prefeitura no pedido de liminar é que os sindicatos decretaram greve sem a conclusão do processo de negociação com o município e, por isso, a greve seria abusiva.
Durante a manifestação desta tarde, o presidente do Sinpeem, Claudio Fonseca, enfatizou que quem descumpriu o processo negocial foi a Prefeitura, ao abrir mão do diálogo com as entidades sindicais, encaminhando projeto de lei para a Câmara Municipal, concedendo o reajuste de 2,6% para os profissionais de educação e demais servidores, sem nenhuma discussão, “no apagar das luzes” do dia 9 de abril.
“Não vamos nos intimidar. A decisão de greve foi coletiva e refletiva em função das medidas que vêm sendo adotadas pelo governo, que destroem direitos e carreiras, depois de um longo processo de tentativa de negociação. A pauta de reivindicações da Coeduc foi protocolada em fevereiro, junto às Secretarias Municipais de Gestão e de Educação, sem retorno. Não aceitamos nenhum direito a menos”, declarou o sindicalista.
O Tribunal de Justiça de São Paulo marcou audiência de conciliação virtual para o dia 23 de abril, quarta-feira, às 14 horas.
Pressão na Câmara
A manifestação desta quarta serviu para pressionar os vereadores da Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa (CCJ) a não aprovarem o parecer do Projeto de Lei nº 416/2025, do Executivo.
Câmara Municipal de SP%; CCJ adiou a apreciação do PL da Prefeitura
De acordo com o Sinpeem, com a pressão dos manifestantes e um pedido de vistas ao apresentado pela vereadora Silvia Da Bancada Feminista (Psol), o parecer não foi votado pela CCJ.
A discussão sobre o PL deve ocorrer na próxima semana. Com o feriado prolongado de Páscoa, os sindicatos marcaram nova manifestação e assembleia geral na próxima terça-feira (22), às 11 horas, em frente à Prefeitura, de onde os profissionais de educação seguirão em caminhada para a Câmara Municipal.
Pauta de reivindicações
• 44% de aumento real a título de incorporação dos abonos complementares de pisos;
• valorização dos salários e carreiras do QPE;
• condições dignas de trabalho, com infraestrutura adequada;
• revogação da Lei nº 18.221/2024, que suspende a Jeif para os docentes readaptados e os com licença acima de 30 dias, reduzindo ao vencimentos deste trabalhadores em 33%;
• fim das terceirizações e privatizações;
• revogação do confisco e redução da alíquota previdenciária de14% para 11%;
• redução da jornada de trabalho do Quadro e Apoio e dos gestores;
• investimento em saúde e segurança;
• ampliação dos módulos dos docentes e do Quadro Apoio;
• condições de atendimento à educação especial para garantir as aprendizagens;
• climatização nas escolas;
• não ao regime de remuneração por subsídio;
• não ao fechamento das salas de educação de jovens e adultos;
• redução do número de alunos por sala/turma/agrupamento;
• não à plataformização do ensino, gestão escolar democrática,
entre outros itens
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