Jovem com câncer morre após mãe antivacina recusar ajuda


Mãe antivacina rejeita tratamento da própria filha
Facebook/ Kate Shemirani

Mãe antivacina rejeita tratamento da própria filha

Em julho de 2024, a jovem Paloma Shemirani, de 23 anos, formada em Cambridge, veio a falecer no Royal Sussex County Hospital, após recusar tratamento  convencional para linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer com chance de recuperação estimada em 80% com quimioterapia. As informações são do DailyMail.

De acordo com o inquérito realizado no Tribunal do Coroner de Kent e Medway, paramédicos denunciaram que a mãe de Paloma, Kay “Kate” Shemirani, ex-enfermeira afastada desde 2021 por disseminar teorias da conspiração e antivacinas, atrapalhou o atendimento de emergência, afirmando que “ela continuava interrompendo enquanto a equipe prestava cuidados”.

Paramédico Robin Bass relatou que, embora tivesse deixado claro que o caso poderia ser interpretado como câncer, a mãe insistia que não era o caso e que estava lidando apenas com uma obstrução decorrente da alimentação. Devido ao receio de influência indevida, foi conduzido um relatório de proteção sobre a recusa de tratamento da paciente.

Kate Shemirani chegou a acusar os paramédicos de causarem um “colapso circulatório” ao administrar medicamentos sem consentimento, chegando a sugerir que Paloma teria recebido uma “overdose”. No entanto, profissionais de saúde afirmaram que a administração de adrenalina foi condizente com o protocolo para pacientes em parada cardíaca, Paloma já não apresentava pulso nem batimentos e o procedimento era adequado.

O irmão gêmeo de Paloma, Gabriel, atribuiu a mãe toda a responsabilidade pela morte da irmã:

“Acredito que ela sacrificou a vida de Paloma por seus próprios princípios”, declarou no inquérito.

Testemunhas, como o osteopata Nick Gosset, relataram que Paloma apresentava massas linfóides extensas no pescoço, visíveis e palpáveis, o que indicava um estado avançado da doença. Gosset disse-se “horrorizado” com a morte da jovem e revelou que sugeriu encaminhamento para o sistema de saúde convencionado, proposta que foi recusada.

O julgamento foi marcado por confrontos e tensão: os advogados discutiram com a mãe e o pai contestaram decisões judiciais, gerando advertências da coroner pelos comportamentos em tribunal. O inquérito foi adiado e continua, com possíveis desdobramentos legais e julgamentos públicos ainda por vir.



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