Israel e Hamas assinam acordo de paz e cessar-fogo em Gaza


O Hamas terá que libertar todos os reféns para cumprir com o acordo
Paulo Pinto/Agência Brasil

O Hamas terá que libertar todos os reféns para cumprir com o acordo

O acordo de paz de cessar-fogo proposto pelos Estados Unidos foi assinado por Israel e o grupo Hamas nesta quarta-feira (8).

A informação foi publicada pelo presidente Donald Trump em sua conta na rede Truth Social e confirmada por mediadores que participam das negociações no Egito.

De acordo com o anúncio, trata-se da primeira fase de um plano de paz que prevê a libertação de todos os reféns israelenses mantidos pelo Hamas, estimados em cerca de 48 pessoas, sendo 20 presumidamente vivas.

O texto inclui também a retirada das tropas israelenses de uma linha previamente acordada dentro da Faixa de Gaza e a troca de reféns por prisioneiros palestinos detidos em Israel.

Trump afirmou que o cessar-fogo entrará em vigor assim que houver a confirmação final do Hamas e classificou o acordo como “forte, durável e eterno”.

Ele declarou que todas as partes serão tratadas de forma justa durante o processo de implementação.

As conversas entre Israel e Hamas ocorrem no Egito, mediadas por representantes dos Estados Unidos, do Qatar e do próprio governo egípcio. Nesta quarta, as negociações chegaram ao terceiro dia.

O chefe da inteligência do Egito se reuniu com Khalil al-Hayya, representante do Hamas, para acertar os últimos detalhes do que mediadores chamam de “acordo histórico”.

O plano de paz apresentado por Trump na última segunda-feira (6) é composto por 20 pontos e foi divulgado ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

O documento prevê cessar-fogo imediato, criação de um governo temporário em Gaza administrado por tecnocratas palestinos sob supervisão internacional e reconstrução da região.

A proposta inclui ainda exigências de desmilitarização da Faixa de Gaza e exclusão do Hamas do comando político local, pontos que o grupo contesta.

Na sexta-feira (3), o Hamas aceitou o plano de forma condicional, concordando em libertar reféns vivos ou mortos, desde que haja garantias concretas de fim permanente da guerra, retirada total das forças israelenses e reconstrução supervisionada por um corpo palestino nacional.

EntendaHamas aceita liberar reféns israelenses após ultimato de Trump

O grupo rejeita a exigência de desarmamento e perda de controle sobre o território.

O governo de Israel deverá votar a aprovação do acordo nesta quinta-feira (9). Netanyahu afirmou que o objetivo é “trazer todos os reféns para casa”.

Repercussão

Trump e Netanyahu discutiram plano para cessar-fogo em Gaza
Divulgação/Casa Branca

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Entre as reações internacionais, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o papa Leão, em viagem pela Turquia e Líbano, expressaram apoio aos esforços de paz.

A Organização das Nações Unidas alertou para a gravidade da crise humanitária em Gaza, destacando o aumento de casos de desnutrição e de bebês prematuros.

Apesar do avanço nas negociações, permanecem indefinidos pontos centrais do acordo, como a administração política de Gaza após o cessar-fogo, o financiamento da reconstrução e a questão do desarmamento do Hamas.

Mediadores afirmam que tentam evitar uma aplicação faseada do plano, para não repetir o fracasso de cessar-fogos anteriores, como o de janeiro deste ano.



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