
Os novos pontos foram denominados Santa Maria I e Sítio da Fuga
Dois novos sítios arqueológicos foram identificados pelo Iphan( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) durante uma fiscalização em Tasso Fragoso, interior do Maranhão, na terça (22) e quarta-feira (23).
A ação foi realizada nos arredores dos sítios já conhecidos Fazenda Santa Maria e Sítio da PM, no sul do estado. A operação foi conduzida pela arqueóloga Mariana Zanchetta Otaviano, com apoio da superintendência do Iphan no Maranhão.
Os novos pontos foram denominados Santa Maria I e Sítio da Fuga. No primeiro, situado dentro da Fazenda Santa Maria, foram encontrados materiais líticos — lascas de pedra utilizadas na fabricação de ferramentas. O segundo foi identificado ao longo do trajeto entre os locais fiscalizados e associado ao Sítio da PM.
As visitas fazem parte da rotina de monitoramento e atualização dos registros oficiais do Iphan, além do controle do acervo sob responsabilidade da União.
Além das prospecções em campo, a equipe vistoriou o Museu do Cerrado, no próprio município, onde estão armazenados artefatos recolhidos em escavações anteriores.
No museu, os servidores registraram e fotografaram os materiais recém-coletados, além de revisarem o estado de conservação das peças já catalogadas. O local concentra objetos arqueológicos da região e inclui registros de gravuras e pinturas rupestres.
Durante a estada, o Iphan também se reuniu com representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo. Foram discutidos temas ligados à valorização do patrimônio arqueológico e ao potencial educacional e turístico dos sítios da região.
Tasso Fragoso é considerado o município com maior número de sítios arqueológicos registrados no Maranhão. Até 2017, havia 51 locais identificados.
A área é marcada por vestígios de populações pré-históricas nômades, com registros de até 12 mil anos, como pegadas humanas, instrumentos de caça, folhas fossilizadas e inscrições em paredes rochosas.
Estudos iniciados em 2008 indicam que as gravuras rupestres locais retratam cenas de caça, rituais e possíveis representações astronômicas.
O trabalho de mapeamento da região foi iniciado por Agnaldo Guimarães Fialho, idealizador do Museu do Cerrado, em parceria com a prefeitura e o Sebrae.
Apesar da relevância arqueológica, Tasso Fragoso ainda enfrenta limitações estruturais para receber visitantes. A rede de hospedagem é pequena e os investimentos em infraestrutura turística seguem restritos.
IG Último Segundo